terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Ainda a adolescência… (post sério e muito sentido!)

Também já fui adolescente, há alguns anos é certo, mas também já fui.
Também me sentia revoltada não sei com quê, também era do contra, também queria sair e não me deixavam, também pedia coisas que não me davam, também fui contrariada, também queria mudar o mundo e também tinha as hormonas a fervilhar.
Às vezes também me passava pela cabeça fugir de casa, partir para o sonho e para o desconhecido, seguir convicções e cortar as amarras.
Mas não foi por isso que desrespeitei os meus pais, que descarreguei a minha raiva e o meu ódio na minha irmã ou nas pessoas que me amavam… incondicionalmente!
Não foi por isso que deixei de cumprir com as regras existentes em casa nem pus de lado os princípios que me ensinaram.
Não foi por isso que deixei de tomar atitudes sensatas, que cometi loucuras ou me desviei do meu caminho.
Sempre soube o que queria para mim e ensinaram-me a lutar.
Assim o fiz e assim tem sido o meu lema, sempre, mas sempre respeitando os outros. Posso dizer que tenho conseguido na vida aquilo que quis para mim e tenho sido muito feliz com esta atitude.
Como posso eu então, aceitar estas coisas vindas de um filho ingrato, malcriado e exigente???
Sinto-me completamente esgotada e frustrada e, pior ainda, não sei o que fazer mais, pois já esgotei tudo o que sabia.
Estou tão magoada e tão triste que só me apetece desistir dele, agora com 18 anos e deixá-lo por sua conta e risco, deixá-lo sofrer, e não mais o proteger, não mais dar, recebendo em troca apenas uma frieza e uma ingratidão que me assusta.
Mas onde é que eu errei?
O que andei eu a fazer mal todos estes anos, que não consegui transmitir-lhe os princípios que aprendi, a generosidade, o amor e a amizade pelos outros, a compreensão, o perdoar e o respeito?
Sempre fui uma Mãe presente e preocupada, sempre acompanhei o seu percurso escolar e pessoal, por vezes até na retaguarda, para ele não perceber. Quando tive dúvidas ou me sentia impotente, falei com psicólogos, com professores, com Gabinetes de apoio, frequentei reuniões de pais e alunos, fiz tudo e mais alguma coisa.
Pois quer parecer-me, que foi tudo em vão…
Mas que raio de adolescência é esta, onde tudo o que é mal feito é normal e banal alegando que os tempos são outros?
Já nem falo das coisas de que me privei, das noites sem dormir, das corridas para os hospitais durante a noite, das dores e dos sofrimentos que tive por ele e em vez dele.
Já nem falo dos sonhos que sonho para ele, pois isso já vi que a decisão não é minha.
Mas uma coisa é certa, não aceito esta atitude e agora vou ser radical…
Vou pôr o amor incondicional de lado, vou esquecer o amor de mãe que há em mim.
Agora mais que nunca vou ditar novas regras e ai de quem não as cumpra….

5 comentários:

  1. E pôr o amor incondicional de mãe não será tb um modo de amor incondicional? Ao deixares que ele bata com a cabeça e aprenda com os próprios erros depois de não ter ouvido os conselhos de quem o amo mais do que a si próprio, é tb amar... pq depois disso, somos nós mães que cá estamos para lhes limpar as lágrimas e lamber as feridas. Não sei o que te diga, nem sei o que faria no teu lugar... mas ele já tem 18 anos, já devia ter um bocadinho de amor pelo próximo e ver que as atitudes dele magoam quem mais o ama e quem ele mais devia amar! E ama, só ainda não descobriu nele esse amor, e enquanto isso não acontecer não mudará de atitude...
    Espero que tudo se resolva rapidamente...
    Beijinho

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  2. Oh minha querida sei perfeitamente daquilo que falas. Tenho duas filhas e uma delas ( a mais velha com 12 anos) faz-me a vida no inferno desde muito cedo. Para teres uma ideia do que falo espreita aqui: http://bolinhoscomohobbie.blogspot.com/2010/11/viver-com-uma-crianca-hiperactiva.html
    Ela consegue estragar a relação com o meu marido e com a minha outra filha. Parece que está sempre revoltada com a vida e com toda a gente.
    Mas depois com as pessoas de fora é um amor. Muito simpática, meiga, educada tudo aquilo que eu lhe ensino a ser.
    É duro ser mãe ...
    Força querida um beijo grande.

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  3. Ainda não sou mãe mas acredito que não é nada fácil. Desejo que tudo corra pelo melhor.

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  4. Não tenho filhos (nem fazem parte dos meus planos) mas, actualmente, a influência externa é muito nociva...

    Lamento a situação mas, por vezes, é preciso libertar os outros para nos libertarmos...

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  5. Estou a gostar de ver essa força :)

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