segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Fim!

Comecei este post vezes sem conta.

Pensei, repensei e voltei a pensar.

Decidi, arrependi-me, voltei a decidir.

Terminar, voltar, adiar... adiar de novo e de novo outra vez...

Apesar da noção que tenho de que a vida é feita de ciclos com começo, meio e fim e de sentir que este, onde vivi tantas emoções já terminou, custa-me a fechá-lo em definitivo, a desapegar-me dele.

Apesar de fria sou de apegos (pois, nem eu entendo...)

É como um livro que lemos sofregamente porque nos identificamos nele e que depois guardamos uma vida inteira numa estante, com muito carinho, sempre pensando nele mas nunca o abrindo. Sempre à espera que faça sentido voltar a lê-lo e sempre tardando que isso aconteça.

É o que se passa com este blog.

Eu.... continuo a correr mundo. De bicicleta, a caminhar, a correr, em quatro rodas com motor e em pensamento. Mas vou, sempre quero ir. Sempre vou.

Eu.. continuo a ser mulher, mãe, filha, esposa, amiga, cheia de defeitos e limitações mas com algumas virtudes e a trabalhar com afinco. No meu posto de trabalho, em casa e em tudo a que me proponho. Nunca baixo os braços e nunca desisto.

Eu... continuo a ter dúvidas, inseguranças, a fazer escolhas erradas e a sentir-me um ET.

Eu... continuo obcecada em ser feliz e quero sempre mais. Os projetos nunca me chegam, a vida nunca me satisfaz. Quero sempre viver mais e ser mais feliz. Algumas vezes sinto-me só e triste, mas no dia seguinte mudo a minha história. Uma e outra vez, vezes sem conta, as que forem necessárias. E consigo na maioria das vezes.

Estou bem

Estou grata

Estou-vos muito grata e desejo que sejam felizes.  

Até um dia!



Se quiserem, estou por aqui, mas não contem com nada de muito interessante. São bicicletas e mais bicicletas, paisagens, paisagens com bicicletas, momentos, alguns sentimentos, gatos, poucas pessoas e pouco mais...

https://www.instagram.com/susanaf27/


segunda-feira, 10 de maio de 2021

16/2021 - Estranha forma de ser

Pese embora a ansia de desconfinar, respirar liberdade e viver, agora dou por mim ainda enclausurada e a ir á janela ver a rua. Há coisas que não entendo...

Da gaveta dos projetos, resolvi tirar um há muito ansiado e finalizei os preparativos. Se os astros e a terra e mais as gentes sem viroses se alinharem, lá para o final do mês voltarei a partir para mais uma aventura de bicicleta. Aí sim, estarei no meu elemento...

Temo que o verdadeiro Kadafi tenha baixado na minha bola de pelo fofinha. Pois que meu Kadafi, o gato, tem vindo a revelar dupla personalidade. Quando estou presente vem todo dengoso pedir mimo e aninhar-se que nem um anjo para longas sonecas, mas quando viro costas, transforma-se em diabrete. Um autêntico destruidor de jarras e arranjos florais, roedor de fios e dedos e unhadas nas cortinas é mato, apesar de cuidadosamente aparadas. Desconhecedora de que tal gatinho bebé soubesse voar, deixei peixe a tomar de sal e enquanto fui colher salsa ao quintal, o sacana do patudo apoderou-se e roeu uma das postas.... Ainda vou ter de arranjar um ATL...

Um dia destes decidi ver pessoas e forcei-me a entrar numa loja para ver as modas. OMG, com certeza adormeci e acordei  numa outra dimensão qualquer que não a minha. O que é feito das t-shirts e blusas pela anca, encolheu tudo?? E porque é que as calças de repente são à boca de sino ou largas e à meia canela? Céus! Os modelitos agora só tapam mesmo as mamocas e deixam tudo quanto é pele amostra? É desta que vou ter mesmo de procurar lojas para mais de cinquenta? Recuso-me terminantemente a aceitar tal coisa...

Hoje decidi não calçar meias (não perguntem) tenho os pés gelados, pode? Onde está a primavera e o que fizeram com ela?

quinta-feira, 29 de abril de 2021

15/2021 - transformação

Como se de um enamoramento se tratasse, a yoga faz agora parte da maioria dos meus dias. Tenho-lhe afeição e gosto, dá-me prazer, alívio e satisfação. São meus, aqueles vinte minutos de mente e corpo sãos, muito zen e muito gratificantes. 
Também Kadafi, o Gato, os aprecia mostrando-se sempre muito interessado. Ora de longe observando, ora se aproximando e se deitando por baixo, por cima ou coladinho a mim enquanto tento executar à risca posições estranhas e desafiantes que não só me dão nós no corpo como me deixam a cabeça num grande nó para os conseguir executar. E no final, o que ele gosta de tornar a minha Shavasana numa tortura, roendo-me os dedos dos pés descalços. 
Ah Kadafi! 
Nesta série de 21 dias de yoga chamada de  "transformação" é solicitado no final que peguemos numa caneta e num papel e anotemos 3 coisas pelas quais somos gratos, 3 coisas que amamos em nós e 3 ações que fizemos ou faremos em cada dia que ajudam na nossa transformação e/ou do planeta.
Esta parte tem-me deixado sem respostas, prometo no entanto aqui e agora que vou pensar neste exercício dificílimo e  procurar em mim indícios da dita cuja transformação. Preciso dela. Ou não. E a vida continua. 

quarta-feira, 21 de abril de 2021

14/2021 - O algeroz

Da janela do lugar onde passo a maioria dos meus dias observo um algeroz onde habita uma família, que, não que eu entenda grande coisa de pássaros, julgo ser de chapins-carvoeiro.
A espaços temporais, dois adultos voltam ao algeroz e, à vez, passam os dias fazendo viagens de ida e volta, trazendo no bico algo que depositam lá dentro. Talvez materiais para a construção de um ninho ou quem sabe , nesta altura do ano, alimento para os filhotes.
Um deles posiciona-se muitas vezes rente ao telhado por cima do algeroz a observar os arredores como quem faz a ronda à procura de malfeitores.
Eu, sinto-me um stalker que os prescruta e observa sem ser vista. Mas que todos os perigos que eles enfrentam fossem este, o de ser olhado com admiração e apreciado.
Na primavera passada dei com um filhote morto, caido por baixo do algeroz. Algum voo iniciante e mal sucedido que espero não se repita este ano, pois torço para que esta família, não tão diferente assim das nossas famílias humanas, que tal como eles, lutam para construir os seus ninhos e cuidar e proteger as suas crias. 
Quem dera que as nossas vidas fossem assim tão simples como encetar pequenos voos à procura de gravetos para construir uma alcova e apanhar minhocas e sementes para alimento...

sexta-feira, 16 de abril de 2021

13/2021 - Soltas

Vivo dentro de mim, envolta numa bolha. Dizem-me que pouco mudou e que faço o que sempre fiz, mas os dias passam e eu vou ficando mais repleta de mim, quase bastanto-me. 
Desenvolvi artefactos e já não sei se quero voltar a ver pessoas... 
Pese embora tal facto, constato que me sinto grata de cada vez que me encontram antes de me ter perdido.
Chalupa, eu sei.
Há pessoas possuidoras de um brilho. O meu, se é que alguma vez o tive, está com o interruptor avariado, acende e apaga intermitentemente e quando acende, pende para o tom de fosco.
Estou apaixonada! 
Ele é uma bola de pelo preta... 
Kadafi, o Gato, apoderou-se da casa e como todas as crianças, todo ele é alegria e energia contagiantes. Um autêntico Tarzan que salta, voa, corre e trepa como se estivesse na selva. Espero sinceramente ter a casa intacta todos os dias ao chegar, não sei, as cortinas são lianas...
Kadafi é um terrorista, mas quando se cansa e vem pedir colo, adora ser massajado e penteado. Já me tinh esquecido como é bom ter um bebé. 
A vida dá - nos e tira-nos a um velocidade estonteante. Até tenho medo.
Diz o ciclo da vida que um fruto nasce, cresce, amadurece e cai. Se eu fosse um fruto, certamente cairia sem amadurecer. 
O meu concelho vai ficar na fase um do desconfinamento e eu  vou continuar dentro de mim. 
Que me encontrem e me salvem..


segunda-feira, 29 de março de 2021

12/2021

Enquanto peno a pedalar serra acima para chegar ao painel onde as vistas são fantásticas, imagino-me em 1950, a entrar no avião, de farda azul e a puxar um pequeno trolley toda aperaltada. A andar direitinha nos saltos agulha sem que estes me lixassem os pés, a maquilhagem perfeita, com o eyeliner direitinho e sem sardas à vista no nariz. As meias sem um puxão, o cabelo apanhado numa banana perfeita, a saia justinha e impecável e um sorriso de orelha a orelha, mostrando uns dentes mais brancos que os de um castor.
Depois imagino-me à entrada do avião, a receber os passageiros cheia de salamaleques e simpatia, a prometer uma viagem maravilhosa e por fim, imagino-me e espreitar pela janela e a ver o avião aterrar em Nova Iorque, Paris ou Abu Dhabi. Suspiro!
E no final de contas vejo-me masé ali, a chegar lá acima descabelada, de capacete ao lado, o pingo de suor a escorrer coluna abaixo, as pernas a gritar socorro, toda suja de pó e de lama e a perscrutrar a paisagem. De facto, tenho feito umas viagens maravilhosas. No último ano, estas que faço de bicicleta, à socapa da Gnr por causa dos limites dos concelhos e antes da hora do recolher, têm tido um gostinho especial.
É como se visse e respirasse o mundo pela primeira vez. 

sexta-feira, 26 de março de 2021

11/2021



Das internetes estão para chegar os brinquedos, a torre arranhadora, a nova cama. Do vet virá a melhor comida, a  escova para o pelo e  o cartão das vacinas.
A família vai aumentar.
Vem aí o "Kadafi"!

segunda-feira, 15 de março de 2021

10/2021

O meu pensamento há-de eternamente voar, desassossegado e desgovernado e enquanto a mentora das aulas de yoga que ando a seguir online pede para eu repetir "Eu sou linda, eu sou maravilhosa, eu sou capaz e o melhor de mim é mais que suficiente", eu, repetindo, vou pensando que a vida ora nos tira, ora nos dá, pondo-nos à prova todos os dias. E quando começamos a achar que é demais e que a partir dali será por demais difícil prosseguir, aos poucos, ela vai-se encarregando de colocar tudo nos devidos lugares. 
E o caminho, caminhando, lá se vai fazendo.
E o sol voltou, e os brotos nascem por toda a parte, alguns já a florir, a passarada esvoaça nos céus, a temperatura convida, a esperança renova-se.
Um novo gato (Zé ou Zeus, ou Boris, ou Olavo, ou.... Ainda não sei) está a caminho. 
A vida acontece. 



terça-feira, 2 de março de 2021

9/2021

 

A passar por estas bandas, bateu-me a saudade e entrei.

Pois ainda por cá ando a levar para a frente esta carcaça já entradota, uns dias cheia de vitalidade e força para pensar o futuro, outros, quieta e amadornada, à espera que isto passe.

Após e durante o radical despelamento barra poda de toda e mais alguma coisa verde do meu jardim, deu-me para as corridas. Depois, não tendo mais nada para cortar e achando que esta carcaça, mais tarde ou mais cedo ia acabar por dar de si, virei-me para algo mais calmo e dediquei-me ao makeover da despensa e às aulas de ginástica online. Sim, é que em chegando o verão e podendo eu desfilar em espaços abertos, hão-de ver-me por aí, mais firme e hirta que uma barra de ferro. Ah pois é!  E nisto, acabei por também eu, ver-me construir a minha cova no sofá da sala, dedicando-me às leituras de grandes calhamaços, entrando e vivendo assim histórias do camandro adentro.

Posto isto e não satisfeita que esta cabeça não para, tive uma ideia brilhante. Na minha garagem ouve-se agora o marulhar das ondas na areia e passaritos a chilrear enquanto eu me dedico a Yoga. Gente, descobri todo um novo mundo de calmaria e equilíbrio entre corpo, mente e emoções.  Dos vinte e um dias do programa para iniciantes que descobri no Youtube, vou no décimo primeiro e continuo com vontade de fazer isto para o resto dos meus dias.

E nisto por cá ando.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

8/2021

 

Vejo agora com clareza a minha apetência para as tesouras. De podar.

E fujam e escondam-nas todas por favor.

Está agora nu, despido de folhas e sem abrigos para os pardais, o meu pequeno jardim. Após dias e dias de poda, muitas vezes inadvertidamente, pois era apenas uma braça que me empatava a passagem, depois outra e mais outra e todo um entusiasmo que se foi tornando um grande corte e uma verdadeira terapia à minha pessoa. Já só me resta um vaso, que estou a guardar para o próximo fim de semana para depenar e após o que terei de me reinventar mais uma vez.

Cortar, cortar, cortar, juntar, limpar, eliminar. O cheiro a verde, as mãos na terra, a cara lavada do jardim e a paz e calmaria que a brisa transmite ao abanar-me os cabelos e ao afagar-me a pele, deixa em mim um efeito apaziguador. As braças cortadas e a despontar, os rebentos a nascerem e o verde mais viçoso, fazem-me crer na esperança, no futuro e no renascimento.

Tenho cá para mim que mais um mês e já me posso perdoar por ter deixado o jardim naquele estado. A primavera fará maravilhas certamente.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

7/2021

Sei lá, até parece que gosto de castigar o corpo e exercitar a mente por via da resiliência e do auto controlo ao sair para correr quilómetros e quilómetros pela cidade contra a ventania. E, em chegando a casa, não satisfeita, esta que aqui vos escreve, resolve saltar à corda e fazer uma aula de alta intensidade online para quase falecer de cansaço depois. Pese embora o quase falecimento e o entrevamento que sinto nesta altura, eu vi a rua e respirei liberdade. Ora, quando família chega a casa e se alapa no sofá para o descanso de final do dia, já eu subi e desci duzentas e doze vezes ao primeiro andar e me desloquei do local do telecoiso à cozinha e à sala e à garagem, ao pátio e á varanda outras tantas como quem anda á volta da jaula à procura de uma abertura para esticar as pernas, então, quando eles entram, a porta da jaula abre e eu raspo-me assim como quem não quer a coisa.

Esta que aqui vos escreve encontra-se neste momento literalmente colada ao sofá e nem sabe se vai conseguir subir as escadas para o quarto por via de não conseguir mexer as pernas. Sim, esta que aqui vos escreve, de tanto entusiasmo por sair da jaula, correu doze quilómetros feita tola. Está tudo bem, claro e o que mexe comigo não é estar fechada, é saber que não posso sair. De resto, está-se bem. Fiquem bem

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

6/2021

 

Eram cerca de três e meia da tarde quando batem ao portão. O dia estava tristonho tal como tinha estado durante toda a semana e o vento uivava lá fora. Notavam-se as suas fortes rajadas a entrar pelas friestas das janelas e da porta e ouviam-se folhas a esvoaçar. Alba Maria, de volta das rendas nos panos de cozinha, sentada no sofá, manta nas pernas e pantufas quentinhas, o gato enroscado a seu lado, que o aconchego nestes dias é tudo, decidiu não ir ver quem era e o que pretendia. Na certa seria mais um vendedor inoportuno e ela não estaria interessada em contratos de energia ou telecomunicações, alterações de fornecedores ou o diabo a sete. Além disso, na televisão dizem constantemente que os idosos têm de estar atentos pois são alvos fáceis. Não ela, claro, que sabe topar essa gente a léguas, mas não, não lhe apetecia ouvir conversa fiada. No entanto, a insistência ao portão que parecia dada à urgência fez Alba Maria ficar em alerta. Ao fim de algum tempo decidiu então pegar na bengala, levantar-se e vagarosamente dirigiu-se ao portão tentando ver se percebia quem era espreitando pelas frinchas, não conseguindo porém vislumbrar alguém. Abriu o portão, nada. Estranheza aquela, não por ter demorado a abrir, mas de admiração pois tanta urgência e foram-se logo embora. Caramba, levantou-se para nada, esta gente não se enxerga. Olhando então para baixo viu um embrulho que levantou com cuidado e abriu devagarinho. Lá dentro estava uma caixa com meia dúzia de ovos, três diospiros e duas fatias de pão de ló ainda mornas….

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

5/2021 - Zé

Meu gatarrão preto de bigodes e patas branquinhas, meu companheiro de manta e sofá nas leituras, o meu ajudante de cozinha, o meu colega de teletrabalho, o assistente de jardineiro, foi atacado por dois cães e ficou muito mal tratado. Os cães, aparentemente raivosos e esfomeados, andam com a carroça dos ciganos, entram em quintais e comem galinhas e outros animais, reviram os lixos, roubam tudo o que podem e atacam animais de estimação indefesos, como o meu Zé que via a rua na varanda quando foi surpreendido. 
Ora, estes cães, tal como os seus donos, fazem tudo o que querem e saem sempre impunes.
Já o meu Zé.... Estou com ele de coração partido. As suas dores, são também minhas e a sua tristeza faz crescer a minha  a todo o momento e já está do tamanho do mundo. Tem a barriga com uma grande sutura, o cachaço também, perdeu dois dentes e algumas unhas, tentando defender-se agarrando-se à vida, literalmente com unhas e dentes. Medicado e cuidado, mas com uma convalescença muito lenta. 
Quero muito que se agarre às cinco vidas que lhe restam, pois praticamente já gastou duas das sete que lhe são atribuidas. Tenho dúvidas. E medo. O meu companheiro e eu estamos a tentar sobreviver a isto tudo. 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

4/2021 - Meio-dia

Ainda o dia nem vai a meio e já estou com convulsões interiores.
Confinada aqui no meu canto, tranquila e a debitar trabalho por fora, ansiosa e aos pulos cá por dentro, sabendo que ser livre, o meu bem mais precioso, não é mais meu por agora. Apenas sou livre nos pensamentos e nos sonhos e apelo à Nossa Senhora da Criatividade para listar uma série de coisas que posso fazer em casa, pois no trabalho sei muito bem o que tenho de fazer. É desta que pesquiso um anti rugas para os olhos que estas pálpebras descaidas já nem os deixam falar. Os olhos, claro :)  
Haja saúde, bem que por agora ainda me assiste. Fiquem bem. Fiquem em casa. 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

3/2021 - Bardamerda!

Eu sei que é para o nosso bem, que temos de ser fortes, que é provisório, que temos de ajudar o pessoal da saúde e os hospitais e que no fim disto tudo, alguns vão ficar bem. 
Mas.... posso?
Posso dizer que estou cansada, que não consigo dormir, que estou deprimida, que não me apetece ler nem escrever, nem trabalhar, nem arrumar, nem ir às compras, nem falar com ninguém nem sequer fazer nadinha, só vegetar e esperar que passe?
Posso dizer que se lixe toda a gente? Que se lixem os ranhosos da campanha eleitoral, as próprias das eleições, as vacinas, a pandemia, a economia, mais os que andam a passear na rua sem máscara todos contentes e eu fechada porque estou a pensar neles, posso? 
Mais um confinamente e nem bolos, comidas ou vinho me alegram,  posso? 
E dizer umas caralhadas, posso?
Oh pah Desculpem! 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

2/2021 - Lembrete

Lembrete, alarme, campainha, qualquer coisa serve para me lembrar de fugir de pessoas e coisas que deitam por terra a ilusão, a esperança e a magia que podemos dar à vida. 

domingo, 3 de janeiro de 2021

1/2021 - Recomeço

 Post um!

Deixai-me aqui então começar a preencher uma nova página em branco que é este novo ano vinte vinte e um, pintalgando-o de muitas cores, por vezes pretos e brancos e até alguns cinzas.

Balanço de vinte vinte não vale a pena fazer, prefiro colocar-lhe um ponto final e terminar este capítulo que além de todas as estranhezas, uma este ano me trouxe que eu não compreendo. Eu, que nunca choro, agora choro e por duas razões. Por tudo e por nada. Choro de alegria, choro de tristeza, com filmes, com publicidade, com notícias, com fotos, com animais, com flores belas, vejam só, crianças, velhinhos, músicas, livros, poemas, com tudo. Choro e pronto. Xô vinte vinte!

Avancemos portanto e desta vez sem grandes planos. Decidi deixar-me ir, ao sabor do vento, tentando não criar grandes expetativas para não sair defraudada. Aceitar o que  vier e seguir em frente, um dia de cada vez, o melhor possível. Não sem esperança e fé que vêm aí dias bons. Venham eles.