quinta-feira, 29 de março de 2018

Murcho

Ummm! Isto por aqui anda murcho como murchos andam os dias e as noites. Bom, murcho não será o termo cá para os meus lados que isto são acontecimentos surprendentes e avassaladores a cada dia. Ainda não processei um e já lá vem outro mais espantoso que o anterior. Sobreviverei a tudo cheia de pujança é o que eu vos digo.
Feliz Páscoa minha gente e cuidado com a dentuça.

segunda-feira, 26 de março de 2018

O lugar das coisas

O de cada um no sofá e à mesa, o lado da cama, o da pia da casa de banho à esquerda e à direita, o das prateleiras dos sapatos de cada um. O do capacete da mota no chão da garagem, o do frasco de iogurte largado no sofá, o de cada manta dobrada, uma sim, outra não, no lugar onde cada um se senta. O dos ténis no chão da sala, o do caderno na mesinha de cabeceira, o de um casaco caído do cabide, o de um boné, ou vários, no móvel do corredor, o da roupa esquecida em cima do bidé ou o do rolo de papel higiénico acabado e por substituir....
Há coisas que nunca mudam. O lugar das coisas por muito que queiramos.

domingo, 25 de março de 2018

Talhão 256

E agora deixemo-nos cá de coisas que hoje foi um dia muito importante para o talhão 256 do Pinhal de Leiria. Hoje foi o dia em que veio gente de todo o país para plantar 67500 pinheiros bravos e assim rearborizar, apenas uma pequena parte do nosso pinhal ardido, eu sei, mas temos de começar por algum lado. Se até aqui eram quilómetros e quilómetros de cinzas e pinheiros queimados, agora que muitos já foram cortados e o terreno preparado para a replantação, são quilómetros e quilómetros de nada, de chão vazio, pequenos montes e declives de deserto. Julgo que já não vou viver o suficiente para ver estes pinheiros adultos, mas que o vejam os meus filhos ou netos e por isso temos que rapidamente replantar a área. Fui de bike e ainda aproveitei para procurar um pouco de verde.







Cenas que me acontecem aos domingos...

Logo pela manhã toca a acordar. Yeah, Está sol!!!! 
Salta da cama, abre estores, abre janelas, tudo ao léu para tirar o mofo.
Pois... com tanta energia a fita de abrir o estore da sala parte-se! Buahhhh! Logo hoje que está sol, logo hoje que é domingo, logo hoje que senhores que arranjam cenas estão no descanso... Logo hoje que eu me refastelaria no meu sofá com aquela imeeeesssa luz a brotar da janela em que eu vislumbraria pelos de gato por todo o lado, e migalhas de filhos comerem na sala pelo chão e uma pequena teia de aranha que Dona Coisa da limpeza não viu, nunca vê, logo hoje que eu queria ver os três últimos episódios do This is us a descansar o cu da pedalada da manhã e ao mesmo tempo regozijar-me com o quentinho e com a luz do sol a entrar-me janela dentro. Pois que saí, entrei, voltei a sair e agora, que remédio tive eu senão voltar a entrar e cá estou eu. Encontro-me para aqui, na penumbra, na escuridão, de estore fechadinho até acima, mais o homem, os dois bem juntinhos para não termos medo. Não há pelos de gato, não há migalhas, não há teias de aranha, apenas o escuro a um domingo de sol à tarde. Domingos!!

terça-feira, 20 de março de 2018

Compreendo

Compreendo e acho lindas as manifestações de carinho no face, no insta e na bloga. Compreendo as homenagens, os agradecimentos, as fotos com os pais, compreendo a partilha do amor que se sente e se quer expor ao mundo. Compreendo o orgulho dos pais cujos filhos lhes fizeram estas sentidas homenagens. Compreendo quem, como eu, sofra por já não ter o seu. Só não compreendo porque é que o Dia do Pai não é todos os dias...

domingo, 18 de março de 2018

O que dizem os seus olhos #1

São grandes, verdes e pestanudos. Nem novos nem velhos, rodeados porém de marcas da vida e dos efeitos do tabaco que o corretor de olheiras mal disfarça. A sombra clara dá mais vida àqueles olhos, o rímel fá-los ainda maiores. São olhos doces os seus. Muito doces, muito meigos. Olhos de mãe inata, de conselheira e de amiga. São olhos risonhos e divertidos que nem tristes deixam de ser belos. Os seus olhos dizem tranquilidade, dizem amor, dizem força contra as dificuldades. São olhos que falam. São olhos que sonham acordados, são olhos que querem. Muito. São olhos com esperança e com vontade, são olhos sinceros e verdadeiros os seus. 

sexta-feira, 16 de março de 2018

Posto isto..

Enquanto a música chega entrecortada e às ondas ao rádio coletivo e agora estrategicamente colocado junto à janela, o vento uiva lá fora. Não sei como aquelas árvores não estão já descabeladas de tanto abanar. Apesar de mais um resto de tempestade, chegam réstias de sol à minha janela e passaritos esvoaçam lá fora.  Debatem-se contra o vento mas lá vão avançando e ganhando terreno. Tal como eu. Hoje é sexta feira, dia de confraria e vai haver sangria ao almoço. É bom sinal.

terça-feira, 13 de março de 2018

Cuidadora

Sou supostamente uma cuidadora. Cuidadora de filhos. cuidadora de pais, de casa, de trabalho, de mim e de todos os outros. Os que me rodeiam. É suposto os cuidadores saberem cuidar. Cuidar é amar, ajudar, apoiar. É educar, orientar, ensinar. Cuidar é saber respostas, é saber tomar decisões, é arranjar soluções. Cuidar é fazer dos filhos, dos pais, da casa e do  trabalho, pessoas e lugares felizes e perfeitos sem querer nada em troca. Todos os dias acordo determinada a ser a melhor cuidadora do mundo, mas todas as noites acabo concluindo que não o sei ser. E todas as insónias me trazem uma certeza. Necessito, eu própria que cuidem de mim...

segunda-feira, 12 de março de 2018

Alma minha desassossegada que se encanita por tudo e por nada

Se ontem eu queria matar pessoas, hoje foi um dia de tréguas, tréguas da chuva, tréguas do vento, tréguas do meu pensamento. O céu não chorou e chegou até a estar pintado de azul por vários momentos, o verde até me pareceu mais verde e a minha alma sossegou. Lá fiz as pazes com a minha pessoa. 
Vesti o meu melhor sorriso, calcei a minha boa disposição e fiz-me à vida embrenhando-me no trabalho o dia todo. E se a marmita do almoço trazia uma sopita e uma empada de galinha para tirar os remorsos baleares do fim de semana, o lanche foi bolo desmanchado. Feio mas bom que estava o gajo. 
Voltei ao foco e fui ao gym, esmerei-me no jantar e para o dia ser perfeito, só faltou mesmo o voo sincronizado do pelotão de pássaros da uma da tarde, mas a primavera está tardia.  Bem que perscrutei o horizonte mas não deram um ar de sua graça, há muito que não os vejo e, julgo, não voltarão tão depressa, parece que vai continuar a chover. Se amanhã eu voltar a querer matar pessoas, desculpem qualquer coisinha, é derivado dos nervos em franja, sim, a tal que cortei à tigela há uns tempos e já voltou a crescer.
Que alma esta a minha, tão mas tão desassossegada. Encanita-se por tudo e por nada.

domingo, 11 de março de 2018

Eu juro que tentei

Fazer de um domingo de tempestade um domingo agradável. 
Vá, um domingo enclausurada e sem pedalar, um domingo a fazer comida para filho levar para universidade, um domingo a engomar roupa sem fim, um domingo a chorar baba e ranho com os episódios da morte do Jack do This is Us. Raios partam a série, quando começo a ver vou logo buscar lenços pois já sei que aí vem molho. 
Mas eu tentei, juro que tentei que fosse uma clausura agradável.....
Numa aberta fui ao pão quente a cinquenta metros de casa, de bicicleta. Assim que montei na bike de regresso, o saco de papel rasga-se e o pão espalha-se na estrada. Fui pedir um saco, apanhei o pão do chão e zarpei para casa, veio uma bátega de água, apanhei um banho. Já de roupa trocada e seca, resolvi fazer um bolo, ia saber bem com um chá. Após forma untada verifiquei que era demasiada massa para o tamanho da forma, sai também um bolo de caneca e saiu mesmo, literalmente. De seguida o bolo ficou colado ao molde, coloquei ovos na pizza do almoço filhos, não gostaram, ferro de engomar avariou, (graças a Deus) episódio 13 da série deu erro e não consegui ver, vi os da morte e funeral do Jack. Chorei, chorei, chorei....
Ainda bem que este domingo está a acabar!!! Yuppiii, vem lá a segunda-feira :)

quarta-feira, 7 de março de 2018

Julia

Quando deu por si encontrava-se no meio de um caminho desconhecido. Um caminho que descia em direção a um largo de onde não se vislumbrava saída. Esse largo estava envolto em uma leve bruma e havia pessoas. Apesar de haver muitas, as pessoas estavam sós, longe umas das outras, tinham um olhar apático e movimentos presos, praticamente não se mexiam, não falavam, pareciam paradas numa cápsula de tempo, amarradas a um marasmo sem volta. Agradável e cómodo porém, aquele caminho até ao largo. Bonito e confortável o tal largo. Não fora no entanto aquele o caminho que escolhera em tempos e do qual se desviara nem sabia como. Esse, era a subir, em direção à vida, ao sol e aos sorrisos. O que escolhera tinha mar e serras e caminhos vários, uns verdejantes e mornos, outros cinzentos e frios mas também era cheio de vida, de projetos e de sonhos.
Era a hora  então, seguiria de imediato por um atalho pois em chegando ao largo poderia não conseguir sair....

And the Oscar goes to....

Que tal, acham que posso copiar?

segunda-feira, 5 de março de 2018

Estranho

Será descabido que vários adultos de meia idade que raramente saem do casulo e terão cada vez menos palavras para dizer, quando saem se divirtam com os telemóveis? Descobrem e experimentam aplicações, tiram selfies e fotos a tudo o que mexe, fazem filmes, postam enquanto jantam e comentam-se uns aos outros. Experimentam o boomerang, as capas de revista, o que dizem os signos e mais uma série de porcarias e riem até mais não. Será descabido que no dia seguinte, após a ressaca, ainda vão às lágrimas de tanto rir com as figurinhas que fizeram?
Talvez não seja descabido, talvez seja só estranho.

sexta-feira, 2 de março de 2018

Uff!

Foi apenas quando ouvi as oito badaladas no sino da igreja que realizei que havia de estar a sair para o trabalho e ainda estava deitada. Porra! Este corpinho anda cansado, mas a partir desse lapso de tempo ganhou uma energia nunca antes vista. Parecia uma cabrita aos saltos de um lado para o outro. Não que tenha problemas se chegar atrasada, masé que eu sou das horas. Gosto, faço questão de chegar a horas, antes da hora, na loucura um minuto depois da hora, vá. Sou inglesa por parte das horas sim e espumo da boca, fuzilo com o olhar, mato, quem me faz esperar. Afinal eu consigo é ser mesmo muito rápida de manhã, arranjei-me, comi e apesar de sair de casa às 8:35  consegui chegar ao trabalho às 8:30. A blusa vinha desabotoada, o cabelo desgrenhado o pequeno-almoço ainda está aqui entalado mas juro que isto vai correr bem, oh se vai. É sexta feira!(dito em tom de cantoria)