terça-feira, 31 de julho de 2018

Até dói

Se dói, voltar ao trabalho depois das férias... Dói tanto que ainda ando aqui a colar pensos rápidos por todo o corpo e a cabeça ainda está ligada às máquinas....
Mas foi, foi um solzinho na tola e no corpitcho, foi água salgada, foi areia, foi uma vidinha de dondoca sem cozinhar, lavar e passar. Há lá coisa mais boa?
E foi, foi o livro "um sopro de vida" da Clarice Lispector que encontrei numa livraria perto de mim, com o qual me identifico mas que é um total desassossego. Sei agora que sou ainda mais desassossegada do que alguma vez imaginava e que  nem a idade me traz a tranquilidade que tanto anseio. Preciso dar mais uma volta à minha vida, isso sim.
Foi, foi a série "The Handmaid's Tale" tão... Intensa, tão forte, mexe tanto cá dentro que quando fecho os olhos ainda vejo algumas cenas.
Foi, foi "A casa de papel" boa, muito boa.
Foram as pedaladas, foi mais um Caminho, o Caminho Poente, Nazaré - Fátima - Casa, 106 kms para acender uma vela e praticamente ser escorraçada do recinto porque tinha uma bike na mão e não podia incomodar os peregrinos.... Triste, muito triste, inconveniente, arrogante e vergonhoso que foi aquilo.
Foi, foi dançar e pular num concerto longe de mim com os amigos.
Foi, mas foi, acima de tudo perceber que preciso de me meter aí nalguma seita ou grupo de terapia ou quem sabe aprender a fazer crochet para que esta inquietação se vá. Já nada me valha, nem férias, nem trabalho, nem diversão, nada. Sou um caso perdido de desassossego e inquietação. Posto isto, resta-me andar aqui, atrás do rebanho até à coisa amainar :))
Se amainar.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Entretanto a Oeste

Segunda semana de férias é passada aqui pelo meu Oeste. O Oeste do nevoeiro e do céu cinzento e do vento e da água do mar gelada. Filhadaputa de sorte esta que só falta chover mas que até está previsto para amanhã...
Posto isto, decidi que não ia ficar para aqui a lamentar-me e a bater com a cabeça nas paredes e hoje acordei determinada a contrariar a minha má sorte. Peguei na bike e na mochila com a tralha de praia disposta a parar apenas quando encontrasse sol. Foi ali aos setenta quilómetros, uma da tarde, almocei na esplanada e fiz-me ao areal de bike e tudo. Sei que fui o centro das atenções durante a montagem do estaminé, mas depois vieram as miúdas surfistas e a praia esqueceu-se de mim. Cheguei ciclista, encostei a bike ao pau ao lado do da da bandeira que estava verde, saquei da toalha e num instante me fiz banhista pois trazia o outfit por baixo do jersey e dos calções. Saco do protetor, óculos, livro e tomo umas banhocas no mar. Gente, do melhor. E depois, se levam pranchas de surf, rádios em altos berros, bolas e raquetes, colchões, barcos, porque não bicicletas? Não sei porque não param de olhar..
Depois do gelado fiz-me de novo ao caminho para voltar a casa. Foi um total de cem quilómetros que eu fiz hoje para ter quatro horas de praia. Tinham bastado oito kms para cada lado de carro da parte da tarde que foi quando apareceu o sol nas praias e podia ter tido uma tarde inteirinha de sol. Poder podia, mas não era a mesma coisa...






sábado, 21 de julho de 2018

Sim, cinquenta e depois?


"A pele que habito" 
Clarice Lispector

Nas minhas caminhadas pelos areais dei por mim a tentar adivinhar as idades das mulheres com quem me cruzava e a comparar-me com elas. Excepto as mais idosas e as mesmo novas é difícil adivinhar idades mas uma conclusão consegui tirar, as mulheres a partir dos trinta e cinco, na sua maioria, transformam-se ou iniciam por essa altura um processo de transformação. Não vale a pena ter ilusões. Salvo algumas exceções, as mulheres com a idade engordam, perdem as formas, as peles descaem, os cabelos ficam fracos, as pernas ganham derrames e varizes, a pele ganha manchas. E não venham cá dizer-me que são as portuguesas que não se cuidam,  não fazem exercício e têm uma alimentação incorreta. Não. As inglesas, as espanholas, alemãs, nórdicas, brasileiras e até as do leste, nenhuma, ou muito poucas escapam. Pois é e depois?
Depois é cagar nisso e seguir em frente que a juventude já não volta mas nós ainda estamos aqui para as curvas. É certo que a cintura já não vai voltar, a barriga já não vai alisar, o cabelo já pouco vai brilhar e as pernas nunca mais vão voltar a ser as mesmas, mas é cuidar da saúde do corpo e da alma, assumir cada centímetro de pele e ser feliz. E depois temos o sol e a sombra, temos o contemplar o mar, temos a brisa a acariciar-nos o corpo, o mar a refrescar-nos a pele. Temos um livro, um pensamento, uma imaginação criativa, uma boa conversa, música. Temos vida, temos saber, temos tranquilidade e calmaria. A praia é tão boa aos vinte quanto aos cinquenta e há que tirar partido dela em pleno. Bom, a água agora parece-me bem mais fria que antigamente e já não me apetece mergulhar. Havia também de me saber bem uma cadeirinha para não andar a rebolar o corpicho na areia, mas carregar cadeiras para o areal não é coisa que me agrade, também já não me agrada muito aquela caloraça e areia constantemente na toalha e ter de me besuntar de creme de cinco em cinco minutos e.... caramba! Ter vinte anos é que é, vale tudo, tá-se bem com tudo :)))

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Alô, alô

Pois posso dizer-vos que aqui por terras do sul há muuuuiiittto sol e mar e calor e até vento. Pessoas então é mato de todas as raças e cores...
Mas por onde andam os Tugas afinal?
Também vos posso dizer que não há protetor que me salve e que a coisa se repete ano após ano. É o filha da mãe do karma e eu voltei a ser prima das lagostas. E sim, voltei a apanhar um escaldão nos pés. Pois... Dizem que o protetor é resistente à água, mentira.... A partir de agora, écran total em toda eu e não há cá facilitansos.
Posso também dizer-vos que tenho levado a chave da praia para a abrir todas as manhãs mas hoje, finalmente, o botão desligou-se e cometi uma loucura, dormi até às 9:30. Yeahh! Palmilho quilómetros pela praia todas as manhãs, não sei para quê, são cenas do meu bicho carpinteiro e de quem adora sol, gosta de apanhar sol mas não consegue estar a torrar. Ah! Só trouxe dois livros, já marcharam.
E prontus! A fotossíntese está quase e tenho de entregar a chave a outros. Eu já vou.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

O clube dos fartos desta merda

Vou riscar-me de sócia que isto é muita merda, demasiada merda e eu estou fartinha de tanta merda. Eu agora quero é água salgada, sol a aquecer-me o pelo e a areia a enterrar-me os pés. Ah! E bolas de Berlim e uma somersby fresquinha e um livro. Ou dois vá. Eu agora, o único barulho que quero ouvir é o das ondas, o único calor é o do sol, os únicos pios são os dos pássaros. Fui!

quarta-feira, 11 de julho de 2018

sardas, sardinhas e pintarolas

Sempre fui sardenta e não posso expor-me ao sol e ao ar sem proteção máxima sob pena de virar lagosta. Vivo bem com isso e até acho uma certa piada e às pessoas que tentam eliminar as suas sardas e manchas à viva força, usando cremes caríssimos, esfoliantes, branqueadores, limão e pedra pomes, aconselho o uso da burka pois qualquer raio de sol as faz acirrar. Desde que ando de bicicleta e estou mais ao ar livre, apesar de usar sempre protetor tenho vindo a ganhar cada vez mais e este ano, um ano sem sol, já me caiu a pele dos braços e das pernas duas vezes. Não consigo disfarçar as marcas dos óculos e das tiras laterais do capacete que tenho na cara e pese embora as minhas tentativas para disfarçar, há quem repare neste aspeto curioso, mas giro, giro vai ser quando finalmente for à praia quase em pelota mas a parecer trazer um jersey e uns calçoes vestidos. O que vale é que ao fim de três dias toda eu serei uma big sarda com metro e meio composta por milhares de sardinhas minúsculas, por isso estejam atentos, se virem por esses areais fora uma lagosta sardenta de jersey e calções, poderei ser eu. Digam-me olá.

Coisa boa mesmo boa das férias dos outros

E deste tempinho de merdunça aqui do Oeste sem ponta de sol é que as pessoas estão sogaditas paradas e quietas algures por outras paragens ou no vale dos lençóis e as estradas estão vazias. Não se vê vivalma à exceção claro, daqueles que como eu adoram o seu trabalho e não arredam pé.
Ai se me apanho de papo para o ar nem que seja num areal ao frio e à chuva.....

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Não sei...

Mas gostava de entender porque há - de a vida complicar-se tanto em certos momentos, porque nos dá e nós tira constantemente, porque nos põe à prova todos os dias. Só espero estar à altura de tanto desafio....