segunda-feira, 13 de maio de 2013

Nós, as Gajas!

Aos 15 anos estamos cheias de inseguranças, de medos, confusas e insatisfeitas.  Gostaríamos de ter 20 e aquele ar de mulher cheia de auto-confiança e segurança e lutamos para ser tratadas como adultas. Sonhamos. Um dia queremos ser professoras, advogadas médicas, modelos, hospedeiras, escritoras. 
Um dia... 
Depois as nossas vidas começam a tomar rumos, uns que nos preenchem, outros que nem por isso. Vêm as borboletas no estômago, os amores, os desamores, as noites, os dias, as lágrimas, os sorrisos, as decisões para a vida. Continuamos com medos, com inseguranças, com sonhos, mas também com certezas, com atitudes e com muita vontade de crescer.
Vêm os grandes momentos. Vem o primeiro beijo, o primeiro namoro, a primeira vez que vivemos sem os pais, vem a bênção das pastas, vem o primeiro emprego, vem a nossa independência e o momento em que o nosso coração cai aos pés de alguém. Vem a casa dos nossos sonhos. Vem aquele pequeno ser que criámos dentro de nós e o nosso pequeno coração transborda de alegria e de felicidade. Mas também vêm problemas, contrariedades, lutas diárias e muitas lágrimas. Um dia vem o desespero de não conseguir realizar o sonho de ser mãe, vem o fim de um casamento, vem a frustração no emprego. Durante anos, limpamos, cuidamos, trabalhamos, amamos, choramos e sorrimos. Somos mulheres, profissionais, esposas, filhas, mães e tudo o que esperam de nós. Continuamos a rir e a chorar e sobretudo a sonhar.
Um dia vemos a primeira ruga no nosso rosto e o nosso peito descaído, doí-nos as costas e a barriga está flácida Compramos um anti-rugas e um Wonderbra, voltamos ao ginásio e sonhamos com uma cirurgia estética. Queremos voltar a ter borboletas no estômago, queremos adrenalina e queremos voltar a ter 20 anos. Um  dia, pensamos que o tempo vai passando e que nos esquecemos de nós, e que a vida nos tem passado ao lado e que está na hora de mudar de atitude. Queremos que o tempo páre, mas o tempo não pára. Aí começamos a não fazer fretes e a dedicarmo-nos apenas às pessoas que valem a pena e a seleccionar muito bem o que queremos para nós. Aprendemos a apreciar pequenas coisas e a dar prioridade a outras diferentes. Entretanto tornámo-nos mais tranquilas, mais sábias, mais confiantes e conseguimos contornar muitas das contrariedades que nos aparecem sem nós contarmos com elas. Muitas vezes fazemos coisas que gostamos e que nos dão prazer e outras não. E continuamos a sorrir, a chorar e a sonhar, sempre.
Estas somos nós, as gajas, no geral. Umas gordas, outras magras, umas felizes, outras nem por isso, um dia estamos tristes e no outro sentimos uma alegria imensa. Um dia sentimo-nos lindas e confiantes, no outro só queremos morrer. E morremos muitas vezes. E renascemos outras tantas.Sofremos as nossas dores, as dos nossos filhos, as dos nossos pais e ainda as dos nossos amigos.  Somos felizes com a felicidade deles. E continuamos a esquecer-nos de nós muitas vezes. E lutamos e choramos e sorrimos, todos os dias.
Assim somos nós, as gajas....

12 comentários:

  1. Eu tenho mais medos e inseguranças agora que quando tinha 15 anos!

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    1. Quando temos 15 anos, as consequências não importam, temos muitas certezas e o resto que se lixe. Agora... a história é outra não é? :D

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  2. Querida,
    que texto maravilhosamente bem escrito.
    PARABÈNS.
    É isso mesmo. É assim que me sinto todos os dias.
    Um belo retrato da vida de uma mulher.
    Amei.
    BEijo grande querida.
    Gosto de ti :)!

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  3. Que texto tão bonito que tão bem descreve as mulheres! gostei muito!

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  4. ...e quando corre tudo menos aquilo com que sonhamos????
    Hajam outros sonhos que se realizem... mesmo que bem mais tarde certo?
    Isto não é de gaja... é de SER HUMANO!!!!

    GOSTOTE MUITOOOOOOO

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  5. Tanta verdade neste texto :)
    Beijinhos

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  6. Gostei muito do relato que fizeste de nós, gajas.
    Em poucos minutos vi a minha vida a passar-me à frente :)
    Bjnhs

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  7. Respostas
    1. Bolas gaja Maria este veio lá do fundo da inspiração, adorei!!!!!!!!!!
      Bate certinho certinho.
      Eu agora com a chegada dos 30's é que começo a entrar na fase (bendita fase, a sério) da serenidade e calma e é tão bom! Mas sim às vezes sente-se falta das borboletas no estômago e da adrenalina.
      E venham de lá os wonderbras lol
      Adorei a sério.
      Se me permitires vou partilhar no meu face e blog :)

      (apaguei para editar, esqueci de pedir autorização para partilhar)

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    2. M. gato dos botões,estás à vontade, "no problem". Bjocas :D

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