Diziam ser o mais difícil. De facto houve uma enorme subida de um monte onde era impossível pedalar e tivemos de carregar as bikes às costas, mas o espírito de entreajuda dos meus companheiros de viagem e ainda de alguns peregrinos que viajavam a pé e me ajudaram a transpor aquele obstáculo, tornaram este momento indescritível. Todos se cumprimentam, trocam-se saudações, palavras de ânimo. Isso e a beleza das paisagens foram dos pontos altos deste Caminho. Os cânticos continuaram a ouvir-se por aqueles montes fora e os peregrinos eram mais que muitos e de muitas nacionalidades. Íamos parando para tirar fotos, comer, confraternizar com as pessoas e carimbar as nossas credenciais de peregrino. A maioria dos peregrinos iam a pé, alguns grupos iam de bike e até alguns a cavalo. Atravessámos aldeias, cidades, montes, pomares, vinhas e até alguns riachos. Muitas estradas romanas em pedra, vias rápidas, estradões, subidas sinuosas e descidas complicadas... O meu maridão empurrou-me algumas vezes, quando o caminho se complicava, foi incansável. Primeiro dizia que estava ali por mim, para me ajudar a realizar este sonho, que aquilo nem significava assim tanto para ele, mas agora já fala em repetir, adorou cada minuto o que me faz muito feliz.
A 2ª etapa terminaria em Pontevedra, mas os alojamentos estavam à pinha e ficámos a 14 kms, em Arcade, onde jantámos uma paella divinal. Ainda passeámos pela ria onde encontrámos portugueses a pescar. Foi engraçado.
Até eu rejubilo com os relatos que fazes. Sentir essa inter-ajuda só porque sim, porque todos caminham com o mesmo objectivo, é fenomenal. Apesar de, cada vez mais, ser cada um por si é fantástico sentir que ainda há valores a unir as pessoas.
ResponderEliminarPara além de mais tens um Companheiro de se lhe tirar o chapéu. Fico feliz por isso também!
beijos
Tudo verdade! Vale a pena acreditar :)
EliminarAdorei. Gostava de ter a tua coragem.
ResponderEliminarQuando queremos, podemos :))
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