terça-feira, 26 de novembro de 2013

Mudam-se os tempos, mudam-se (algumas) vontades

Um dia destes, depois de ir buscar MaiNovo à escola, resolvi ir vasculhar fotos de quando eu andava no secundário. O que eu me ri com as lembranças daqueles tempos.
MaiNovo insiste em dizer “tu não tens noção” quando se refere aos tempos de hoje e quer argumentar para levar a água ao moinho dele e de facto, em cerca de 25 anos muita coisa mudou…
Nós tínhamos umas sapatilhas apenas, que duravam até que deixassem de nos servir, mesmo que já estivessem um pouco rotas, eles têm várias e ainda botas e sapatos. Nós tínhamos um dossier para tudo e que levávamos debaixo do braço, eles têm um caderno xpto e um tablet e ainda um MP3, 4 ou 5 com phones e um telemóvel topo de gama. Nós íamos a pé ou de bike para a escola, a eles vamos levá-los e busca-los e por aí fora..
Mas há coisas, algumas coisas que nem todas estas modernices nem a era da virtualidade, conseguem modificar…
Elas, as miúdas de hoje, tal como nós há 25 anos atrás, andam todas de igual.
Têm todas, os cabelos muito compridos, esticados e com risco ao meio, nós tínhamos, todas, uma bela de uma permanente carapinha, mesmo tipo capacete. Elas usam calças justinhas ou calções e a barriga à mostra, nós usávamos camisolões e “kispos” a tapar tudo. Elas fumam à entrada da escola, nós fumávamos escondidas atrás dos pavilhões, elas estão nos “meles” ali à fartazana à vista de todos, nós faltávamos para “curtir” sem ninguém ver. Elas apaixonam-se, conversam, discutem e desiludem-se através do tlml e da net, nós era mesmo cara na cara, olhos nos olhos, mão na mão.
Com algumas alterações é certo, alterações essas criadas pelo tempo, pelos bens materiais que hoje podemos dar aos nossos filhos, as coisas que achamos serem más de que os poupamos, as coisas que achamos serem boas que lhes fazemos, apesar de tudo isso, há coisas que nunca mudam.
Não sei quem fica a perder ou quem fica a ganhar, não sei se melhorou se piorou, sei que muitas coisas mudaram, mas outras são e serão para todo o sempre, exactamente iguais.


3 comentários:

  1. oh pá.. revi-me aqui. ;)
    sim, andava de camisa de flanela aos quadrados e Dr.Martens; fumava às escondidas atrás do pavilhão; faltava às aulas para ir curtir e desiludi-me e partiram-me o coração ali assim, pele na pele. Só não usei a permanente carapinha. :D
    E morri de saudades de quem fui, há alguns anos atrás. O que eu não dava para voltar a esses tempos, nem que fosse por umas horas.

    ResponderEliminar
  2. tão bem dito. se calhar não é uma questão de perder ou ganhar. é só um mundo em mudança.

    ResponderEliminar

Quem quer pensar comigo: