Os dias das mulheres, algumas, claro.

E não é que  hoje se comemora "O dia da Mulher?". E não é que neste dia as mulheres empiriquitam-se todas e saem aos bandos para jantar e laurear a pevide?? E não é que a maridagem fica em casa com a filharada e depois têm argumentos (pensam eles) para saírem sozinhos o resto do ano?? Nã!!

Eu até podia ter ido comprar um outfit novinho em folha e ao cabeleireiro e à manicura e juntar-me a um grupo de mulheres para ir jantar e abanar o capacete num sítio onde houvesse dezenas, talvez centenas delas e uns quantos homens armados em gigolos de meia tigela a atirarem-se à descarada como se alguma lhes desse confiança. E não é que podia até ter-me divertido à brava? Nã! 

Nã, Nã, Nã!

Como de repentemente se fez primavera, optei por uma tarde de pedalanço pois claro.

Eu até tirava umas fotos para vos elucidar melhor se o meu telefone muito inteligente já tivesse vindo do Doutor, mas como não veio (buááá) terão de imaginar a cena.

Agora imaginem a cena. Eu, Gaja Maria, a pedalar pela serra, de orelhas ao vento, a respirar fundo a cada pedalada, a cheirar o verde e a terra e a ouvir os pássaros e o vento a roçar nas árvores, a sentir o calor na cara e nos braços e a sorrir. A sorrir feita tolinha, de satisfação e de felicidade…

Isto foi até me esbardalhar nas pedras da serra e ficar toda  esfodaçada, pois a partir daí já não achei piada ao vento, nem ao calor nem aos pássaros nem a nada.

Sei que estou no sofá com sacos de gelo em algumas partes do corpo, com uns calções desenhados nas pernas e uns óculos desenhados na cara... Há muito que não me esbardalhava assim, mas passei por cima de um pedregulho que resvalou, desequilibrei-me, o volante ficou preso no jersey dando-me cabo de uma mamoca e aí vou eu parar ao chão com os joelhos em cima das pedras, simplesmente não consegui soltar os pés dos encaixes a tempo. Mas como sou uma mula teimosa, amanhã de manhã vou outra vez!

Não fosse maridão ter-me levado a jantar fora e teria sido um Dia da Mulher do caraças...