Até que eu entendo os homens..

Atrevo-me a dizer que muito provavelmente nunca teria um caso lésbico, a não ser, claro, que fosse naquela primeira fase de paixão louca e tórrida, mesmo logo a seguir a conhecer a pessoa e sem pensar muito no assunto. E atrevo-me também a dizer que muito provavelmente, se tivesse, o caso teria um fim rápido e trágico. Sim, apaixono-me muitas vezes por mulheres quando as conheço e gosto delas porque me identifico com elas e as admiro, pela sua força, pela inteligência ou determinação, pela beleza, pelo sentido de humor e pela capacidade que têm de fazer muitas coisas bem feitas e ao mesmo tempo. Por isso e por muitas outras coisas.
Acontece que ao fim de algum tempo, as mulheres se tornam muito complicadas. Muitas vezes dizem sim quando querem dizer não, dizem não quando querem dizer sim, respondem a perguntas com um encolher de ombros ou expressões dos olhos e da cara, usam esquemas e artefactos para conseguir os seus fins e além disso são lixadas umas para as outras. Outra coisa que me enerva nas gajas é que às vezes o preto é uma cor escura e o branco é cru. E o problema nem são as cores, o problema é que as gajas esperam. Esperam sempre que se adivinhe quando e em que dias, as cores mudam de cor.
E não me lixem, que eu sei que é assim, que também sou gaja e também tenho dias em que o preto é cor escura e o branco é cru ou lá o que seja naquele dia.
E é por isto que eu gosto dos homens e os entendo. Nem é por nada, é porque para eles, o preto é sempre preto e o branco é sempre branco.