quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Sou uma nódoa!

Das dúvidas que por vezes me assolam, uma delas é saber se na realidade as pessoas em alguma altura da vida delas têm mesmo a capacidade de  mudar como dizem que fazem. E não é fisicamente pois isso está mais do que provado, a essência está lá, mas ao longo da vida vamos  variando de aparência. A minha questão tem mesmo a ver com a atitude. Os genes ditam uma parte, os ensinamentos familiares ditam outra e o restante é ditado pela própria forma de ser e pelas circunstâncias que a influenciam. Será que um mentiroso alguma vez passa a dizer sempre a verdade, será que um burlão, por muitas lições que leve da vida, alguma vez conseguirá deixar de o ser e será que uma pessoa boa e doce alguma vez passará a ser maquiavélica?
Tenho muitas reservas quanto a estas apregoadas mudanças pois o que me é dado verificar é que por mais influências e lições de vida, por mais estudos e aprendizagens e por mais vontade que as pessoas tenham, estas mudanças não duram mais que um par de semanas, no máximo um mês e logo vem à tona a verdadeira essência de cada um. Mais suave e a medo no início, mas tal e qual o de sempre ao fim de meses após a decisão da mudança.
Existirá por ventura uma ou outra exceção, claro está. Poderá por acaso ser a minha pessoa uma delas, uma vez que tive uma educação tão esmerada e me tornei uma nódoa?
Mamãe é uma boa cozinheira e fez questão de ensinar as filhas e incentivá-las nessa área. Diz ela que eu interiorizei muito bem seus ensinamentos, eu cá não sei, mas uma coisa era certa, gostava de cozinhar, de inventar, de empratar e a coisa saia-me sempre bem.
Pois tenho de vos confessar, eu tive a capacidade de mudar! Deixei de gostar da cozinha, deixei de inventar e empratar e a coisa passou a correr muito mal. Esquivo-me da cozinha sempre que posso. Não faço ideia do que terá acontecido ao gene, à educação e influência familiares, o que é certo é que neste momento a minha preocupação é ser rica para poder contratar uma cozinheira. Além disso, também se foi o gene das limpezas, do gosto pelas plantas, pela bricolage, pelas pinturas e pelos bordados.
Aliás, escafedeu-se-me mesmo o gene de Dona de Casa. Sou uma nódoa.

24 comentários:

  1. E o que importa cozinhar bem? Um ser humano bom não precisa desses dons!

    Beijo, GM. :)

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  2. Com os teus "piquenos" a começarem a voar à sua própria conta... creio que não haverá qualquer problema em deixares esse teu gene (e da dona de casa) adormecer e descansar. Está na altura de deixares outros genes sobressaírem!
    Beijinhos!

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    1. Ora nem mais. É o que tem acontecido. Eles já são grandes, agora cuido é de mim e faço as coisas que gosto e que não tinha tempo para fazer :))

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  3. Pois eu nunca fui a "dona de casa" costumo até dizer que não sou "escrava da casa" tenho muitas amigas que panicam quando vem pó ou migalhas eu nunca fui assim.
    Quando às pessoas mudarem eu acredito mais na teoria que com o passar dos anos e as lapadas da vida as pessoas não mudam - revelam-se - seja para o bem ou para o mal.

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    1. Pois :) um pouco de pó até fica bem na decoração :)) E tens razão, com o passar dos anos e as lapadas da vida vamos redefinindo prioridades e mudando um pouco de atitude em relação a coisas e pessoas. Vamos vendo tudo de outra forma e mudando um pouco de atitude embora continue a achar que essência de cada um está lá, pode é adormecer um pouco. Bjs

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  4. Acredito na mudança, genuinamente. Lá por isso sou quase psicóloga :) Que fraude seria eu se não acreditasse. Mas acho que a mudança a que muitas vezes as pessoas se referem não é uma verdadeira mudança, mas sim o "descamuflar" (isto existe??). Há pessoas que nós dizemos "Fogo, fulana tal era tão minha amiga, mudou tanto agora!" mas isso não é mudança, simplesmente é a pessoa a mostrar-se como é, algo que escondia antes. Agora, acredito que as pessoas possam, por diversos motivos, querer genuinamente mudar algumas características e o consigam mesmo fazer.

    Quanto a deixares de ser uma boa cozinheira, pode simplesmente ter deixado de gostar de o fazer, pela imposição de cozinhares muitas vezes, talvez. Há coisas que em certos momentos da nossa vida adoramos fazer e depois deixamos de ter interesse nelas.

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    1. Adoro psicologia e até gostava de ter enveredado por essa área, fascina-me estudar as pessoas e tentar ajudá-las, no entanto escolhi as línguas, precisamente para conhecer pessoas :)) Em muitos casos terás razão no "descamuflar" Mais tarde ou mais cedo as pessoas acabam por se revelar, por muito que tentem não o fazer, é assim que nos vamos conhecendo uns aos outros. Bjs

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  5. Acredito na mudança, genuinamente. Lá por isso sou quase psicóloga :) Que fraude seria eu se não acreditasse. Mas acho que a mudança a que muitas vezes as pessoas se referem não é uma verdadeira mudança, mas sim o "descamuflar" (isto existe??). Há pessoas que nós dizemos "Fogo, fulana tal era tão minha amiga, mudou tanto agora!" mas isso não é mudança, simplesmente é a pessoa a mostrar-se como é, algo que escondia antes. Agora, acredito que as pessoas possam, por diversos motivos, querer genuinamente mudar algumas características e o consigam mesmo fazer.

    Quanto a deixares de ser uma boa cozinheira, pode simplesmente ter deixado de gostar de o fazer, pela imposição de cozinhares muitas vezes, talvez. Há coisas que em certos momentos da nossa vida adoramos fazer e depois deixamos de ter interesse nelas.

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    1. ESCOLHAS.
      As pessoas podem escolher desenvolver mais ou menos um lado muito característico da sua personalidade. Controlo. Controlar a ira, por exemplo, o mau humor. Porque se tem noção que não são coisas positivas, nem sempre favoráveis. Mas esse mau humor e ira estão sempre na pessoa, certo? Ela pode é nunca mais lhes dar ouvidos. A sua natureza não mudou, o seu domínio sim.

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  6. Acho que passamos sempre por esta mudança, com o passar da idade... a obrigação, não existe mais e fostes atrás doq ue realmente gostas de fazer sem pressão.

    Bjinhos,
    http://www.dmulheres.com.br/

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    1. Verdade, redefini prioridades e agora que os filhos estão crescidos, dedico-me mais a mim e às coisas que gosto de fazer. Bjs

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  7. E porquê só falar na mudança, na descamuflagem do outro?
    E porque não olharmos para nós próprios?
    Também mudamos, também descamuflamos, e isso pode fazer com que aquela pessoa que hoje dizemos "ter sido" uma grande amiga, mas mudou tanto, ou descamuflou-se … Atalhamos com ironia – que tal pensarmos, que ela pode simplesmente não se rever no nosso novo eu?
    Na verdade,
    eu penso que as pessoas vão passando na nossa vida, quando devem passar, seja por bem ou por mal, elas cumpriram o que tinham a fazer, e que terá sido acompanharem-nos, ajudarem-nos, ou simplesmente fazer-nos crescer com as suas atitudes menos claras, menos dignas, menos amigas.
    O mesmo acontecerá connosco em relação às pessoas por quem passamos.

    Não esquecer que a vida e a maturidade nos fazem ver tantas coisas de modo diferente, isso implica mudança, e nem tem que ser má, ou vista como descamuflagem, talvez não seja mais que crescimento, tolerância, sabedoria.

    A ter em conta que não existe regra sem excepção.

    Quanto ao gostar e desgostar de fazer coisas, mais uma vez a maturidade nos vem dizer que, viver e fazer o que é preciso com qualidade, e esta não obriga a quantidade.
    A febre da cozinha, a escravização à casa, não nos torna melhores ou piores pessoas, todavia, priva-nos da companhia e de acompanharmos os que gostamos.
    Sem exageros, mantenhamos a casa limpa, a comidinha saudável, e de uma vez por todas, paremos de ser mãe dos filhos e dos maridos e de ser super mulher, vamos fazer isso de modo partilhado. Desta forma, talvez, não nos cansemos da cozinha, do pó, das roupas etc, etc - Aproveitemos a vida vivida, que se repararmos, depois do trabalho e da febre das lides caseiras, fica numas rascas horitas, que muitas vezes aproveitamos a fazer o trabalho do dia seguinte, para adiantar.

    Somos umas nódoas, enquanto imaturamente crescidas

    Passamos a ser linho branquinho, quando damos valor a nós mesmas, e pensamos o dia de limpar o pó é amanhã, não hoje.
    Hoje, vou namorar
    Hoje, vou peladar
    Hoje, vou jogar monopólio com a famelga
    e se chegar alguém??!!!
    Se chegar pode até encontrar pó, mas encontrará também, alguém que vive a vida ao seu ritmo e feliz
    e se o pó a incomodar, o pano está mesmo ali, é só pegar
    ahahahahahah

    Abreijo daqui até aíiiiiiiiiii


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    1. Pois tiraste-me as palavras da boca Noname. O que escreves e que quanto a minha pessoa é tudo verdade é a prova provada que sim, que as pessoas mudam à medida que a vida vai acontecendo. Fiz o que quis fazer durante anos, isto é, a casa, a cozinha, os filhos, o jardim, o marido e tudo o resto, era isso que me preenchia na altura, neste momento e vejo que mudei bastante, continuo a fazer o que gosto, apenas mudei as prioridades, pois são outras coisas que me preenchem, coisas da idade e das circunstâncias, do amadurecimento do nosso eu. Beijinho Noname :)

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    2. Estamos cá para aprender. Sem dúvida!
      Mudamos conforme as situações de vida, sem dúvida.
      Mas a mudança na essência, isso acho que não existe. Ou seja: o feitio com que nasces, vais manter durante a vida. Mas como viemos ao mundo para aprender, principalmente sobre nós e os outos, essa essencia vai tomando forma, vai auto-avaliar-se.

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  8. Cum carago!!!!! estiquei-nm na coisa ahahahahahh desculpa lá

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    1. Ora essa Noname, estica-te sempre que quiseres, os teus esticansos são muito bem vindos por aqui. Beijinhos

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  9. Eu, costumo dizer que, profissionalmente sou boa e sou remunerada para tal. Tudo o que faço em regime de vo.untariado, bah bah bah dou uns toques e esforço-me.
    Kis :=>)

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    1. Ora aí está uma máxima que vou passar a citar :)) Beijinho

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  10. Também tenho as minhas dúvidas.Não estou ainda esclarecida.
    Se por um lado, acredito piamente que "o leopardo nunca perde as suas pintas", acho que, se tudo correr favoravelmente ao leopardo, ele pode fingir que é gato por um longo tempo. Se tudo continuar a a correr como ele quer, assim ficará. Se um dia tiver uma contrariedade maior e as suas vontades e desejos não encontrarem satisfação, olhó leopardo de volta!

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  11. A vida vai tratando de nos mudar, às vezes até aquilo que tomamos como garantidíssimo. :D

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  12. esta gaja está a passar um mau bocado...
    beijinhos

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  13. Há nódoas fantásticas, que têm o condão de dar cor e sabor à vida...
    Estás em grande, Gaja!

    Um beijinho :)

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  14. Acho que não é uma questão de ser nódoa. A questão é que outros valores e interesses se vão levantando. Ser uma boa dona de casa nada tem a ver como ser boa ou má pessoa. Tem a ver com prioridades, mais nada!
    Aprecio as tuas prioridades atuais e tu, pelo que demonstras, também.
    Viva o que nos faz feliz!
    Beijinhos

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