Mais uma aventura – Take I

6ª feira à noite…

Já todos sabem como eu gosto de pedalar por esse mundo fora.

Também já sabem que sou suficientemente maluca para, aos 46 anos de idade, teimar em ir esfalfar-me em maratonas em vez de ficar a pintar as unhas e a ler no sofá.

O que vocês não sabem é que eu desta vez ousei inscrever-me na “Maratona do Centro” que, dizem, é das mais duras aqui da zona…

E eu consegui viver bem com isso até uma semana antes…

A meio da mesma passei a cagar fininho e a ter enxaquecas e dores de barriga. Inventei mil estratagemas para nem sequer partir e decidi cá para mim que se na hora H estivesse a chover muito, escapar-me-ia para o lado de mansinho e sem ninguém ver (difícil, pois vão ser praí uns 700 ou mais…)

Não é por nada, mas eu armo-me em forte e antes das provas acagaço-me toda. Sim, porque eu já sei que os primeiros 20 kms são a subir a serra, cheia de pedra, muita água e por causa da chuva, os caminhos estão desgraçados e cheios de lama.

Mas, e porque há sempre um mas…

Tive uma conversinha de pé de orelha cá com os meus botões.

Nã! Vou e vou mesmo, aconteça o que acontecer. Eu nem vou para competir mas sim para participar e ultrapassar mais um desafio. Que se lixe se as outras são cavalonas porque vestem jerseys L ou XL e têm nomes de pitas de 25 anos. O objectivo é chegar ao fim, demore o tempo que demorar e nem que tenha de ser de bike na mão. Faz de conta que é mais um treino e pronto.

Não gostava assim muito de aparecer em última na lista de classificações, mas se assim for, hei-de sobreviver.

Bora lá vestir a pela de durona e pôr o ar de quem percebe da coisa.