A brisa tocava-lhe as faces acariciando-as depois de um dia abafado e difícil. Respirava com dificuldade devido ao ataque de micróbios dos últimos dias e por duas ou três vezes neste trajeto teve ataques de tosse nunca parando no entanto de pedalar ou abrandando sequer por um segundo. Pedalava quase em sprint devido ao adiantado da hora para ver as praias ainda com aquela luz difusa de fim de dia. Ainda gostaria de ver as pessoas a abandonar a praia com os pés cheios de areia e arrastando-se até ao carro, sinal de dia quase terminado. Surpreendida ficou ao chegar à praia, vê-la praticamente vazia, vazia de gente, vazia de chapéus de sol, vazia de sol que estava já a pôr-se. Findaram as férias, findou o verão e voltou a praia como mais gostava dela. Vazia, nostálgica, calma e silenciosa em fim de dia.
Cumprido o objetivo, regressou então a casa pedalando como se não houvesse amanhã, antes que a noite escura viesse e o céu se encobrisse de vez com aquela névoa que se aproximava. Chegou limpa, limpa de micróbios, limpa de tosse, de alma limpa e cheia de esperança.