terça-feira, 29 de dezembro de 2020

172 - Ano novo, ventos novos

Soprou-me um passarito ao ouvido que novos ventos se aproximam. 

E eu aguardo-os com ansiedade. 

Provavelmente os ventos que têm soprado não cessam no dia trinta e um para dar lugar aos novos no dia seguinte, mas tenho fé que aos poucos isso aconteça. 

Talvez por ter esse tão grande desejo, deu-me na real gana e peguei na bicicleta. Saí para correr mundo. Pedalei, pedalei, pedalei. Faltam-me hoje oitenta e sete quilómetros para superar mais um desafio. Pedalar quinhentos quilómetros de vinte e quatro a trinta e um de dezembro. 

A chuva aproveitei-a para lavar a alma, o vento para limpar o pensamento, o frio para enrijar o corpo e dar cor à pele. O cansaço, usei-o para purgar as más energias e renovar as defesas. 

O ar dos campos e das serras,  a alegria de ser livre, o banho quente no fim. apesar da lama, do frio e da chuva. O sacrifício versus o prazer, o incentivo do maridão que sempre me acompanha, tiram sempre o melhor de mim lembrando-me a resiliência, a luta, a vontade de fazer mais e ser melhor.

Pronta para receber o novo ano de braços abertos. Que vinte vinte e um seja um bom ano.

Feliz Ano Novo para vocês!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

171 - 24 - 12 - 2020

A todos um Santo e Feliz Natal. E que venham outros, felizes e com saúde é o que vos desejo. Obrigada por fazerem parte da minha vida. 

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

170 - Dentro

São raros, mas alguns há que olham para dentro procurando em si os defeitos que encontram nos outros. Sendo certo que mais facilmente nos achamos seres perfeitos ao passo que os outros revelam as suas mediocridades, é natural que nos desiludamos muitas vezes com a humanidade. E desiludimos. Eu desiludo. Mas depois tenho a pessima mania, ou não é assim tão péssima mas sim proveitosa , de me perguntar se fiz alguma coisa para contribuir para essa desilusão. Na maioria das vezes fico na dúvida pois não estando dentro da razão dos outros, apenas posso concluir probabilidades, nunca certezas. E nesta dúvida a coisa vai andando e acaba por passar. Dias depois a mágoa desaparece e só volta na próxima desilusão repetindo-se o ciclo. E volta a passar e a passar, sempre passa, pois é ainda grande a fé e a esperança depositada nos outros. De uma coisa não tenho duvidas no entanto. Nunca devemos depender dos outros para sermos felizes.
 

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

170 - À pressa

Os meus dias têm rondado a loucura. Para final de ano, altura de introspecção e calmaria na preparação da consoada, há demasiadas coisas a acontecer. Quando finalmente, já tarde na noite, chego ao sofá, ligo as luzes da árvore de Natal que gosto de as ver piscar, ajeito a lenha na lareira e faço festinhas ao gato Zé que dorme em cima da minha manta há horas. O resto da casa já ressona também e eu quero aproveitar para descansar o corpo e organizar os pensamentos, no entanto, os meus olhos começam a piscar e a bailar como as luzinhas da árvore. Dois minutos são o tempo que demoro a desligar todos os botões. Se o meu sofá não estivesse todos os dias tão superlotado, era eu quem lá dormia uma noite destas. 

domingo, 13 de dezembro de 2020

Dia 169 - Romaria

 Foi o que pareceu hoje a visita à cascata da Fórnea que só tem água em dias de chuva. Bem no coração da Serra d'Aire e Candeeiros e onde já fui inúmeras vezes de bicicleta ou a pé, as duas únicas formas de se lá chegar. Quase sempre seca, quando chove como tem acontecido nos ultimos dias, as águas correm serra abaixo e enchem a cascata e o riacho de águas limpidas e apressadas. É lindo de se ver e quem sabe disso, vai a pé, a correr ou de bicicleta apreciar tal beleza. Eu... Desta vez fui a pé e fiquei encharcada,  enlameada, gelada, mas voltava lá amanhã e no dia seguinte e no outro se pudesse. Aquela serra respira paz, tranquilidade e beleza.



segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Dia 168 - cheia de nada

Por estes dias nada me ocorre a não ser um certo sentimento de perda tão estranho e sem explicação. Não perdi nada nem ninguém que me fizesse assim tanta falta, mas sinto ter perdido tanto. Acima de tudo perdi aquilo que julgava ter e no final de contas não tenho nem nunca tive. Estranha forma de ser e de amar e de pouco me dar, esta, a minha que ainda me traz ilusões...