terça-feira, 31 de março de 2020

Dia 79 - 16 "Um post por dia até ao fim do corona"


Se um dia alguém me dissesse que eu iria ter o meu Zé Gato como companheiro de trabalho, eu iria rir-me muito ironicamente

segunda-feira, 30 de março de 2020

Dia 78 - 15 "Um post por dia até ao fim do corona"

Ontem à noite retirei do armário toda a minha coleção de gatos para o poder arrastar e o marido pintar as paredes. Comecei por contá-los mas desisti, tal é a quantidade. Tenho gatos provenientes de muitos lugares do mundo, uns que me trouxeram, outros que eu própria trouxe, de cada país, de cada lugar por onde passei. Consigo imaginar-me em cada sítio, lembrar-me dos cheiros e dos sabores, das lojas ou mercados onde os adquiri e dos gatos que lá ficaram para a próxima vez. Consigo ver o que vi, sentir o que senti, viver o que vivi e rir-me do que me ri. Ainda que sentada na minha cadeira, dentro destas paredes em que estou confinada, já corri mundo.
Fui tão feliz e não sabia.

domingo, 29 de março de 2020

Dia 76 e 77- 13 e 14 "Um post por dia até ao fim do corona"

Bom, hoje são dois posts em um mas até podiam ser três ou quatro ou dez que entretanto isto está para durar e os posts vão parecer todos iguais e já não há cu que aguente estar sentada à espera que isto passe com boa disposição e criatividade.
Ontem resolvi ir correr perto de casa como dizem as leis e ao invés de virar para sul até à cidade como faço habitualmente, virei a norte e em quinhentos metros estava no pinhal. Correr no pinhal é bem mais difícil e mais lento por causa dos paus e das pedras mas muito mais agradável. As borboletas acompanharam-me, os passaritos chilrearam à minha volta e a brisa correu entre os pinheiros fazendo arrepiar-me a pele quando passava por mim. Não que tivesse frio, mas porque a sensação de andar na rua tem agora outro significado.

Hoje é domingo e as pinturas levaram um grande avanço, maridão parece um pro nestas andanças e em breve terminará. Se a coisa der para o torto na profissão dele, pode muito bem virar pintor. Eu, dei asas à imaginação e tenho duas folhas de papel cheias de ideias para alterar e transformar  alguns cantos da casa logo que possa deslocar-me para adquirir alguns produtos. Nos entretantos e como tantas outras coisas neste momento, não vão passar do papel.

Não se vislumbra fim à vista para tudo isto e eu sinto-me triste hoje.

sexta-feira, 27 de março de 2020

Dia 76 - 12 "Um post por dia até ao fim do corona"

Hoje, após o teletrabalho entrei de fim de semana finalmente e fui dar um passeio

Fiz um bolo
Participei numa festa de aniversário por teleconferência e até fizemos um brinde.
Andei todo o dia à procura de Zé Gato e encontrei-o finalmente às seis horas a dormir dentro de uma gaveta
Fui buscar os pintainhos que Mamãe tinha encomendado e acomodei-os no seu T1
Amanhã seguem as pinturas, desta vez na sala de jantar
Até amanhã




quinta-feira, 26 de março de 2020

Dia 75 - 11 "Um post por dia até ao fim do corona"


Começo finalmente a adaptar-me a isto do teletrabalho, como de resto e muito provavelmente, todas as outras pessoas nesta situação. Consigo cumprir o horário, mesmo sem marmita e tendo de cozinhar para quatro ao almoço e já faço isto tudo com uma perna às costas. Uma questão de ter o escritório ao lado da cozinha e ser multifunções, talvez.
Cá em casa o primeiro andar ficou pronto. Em tempos mandei pintar tudo de um amarelo, lindo, o amarelo das revistas de decoração "El Mueble", no entanto, agora quisemos tudo branco e estou a adorar a luz. Linda, luminosa, resplandecente. O branco é de facto uma cor fantástica ou não fosse ela a cor da espuma do mar, das nuvens e do fofo algodão.

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quarta-feira, 25 de março de 2020

Dia 74 - O prometido é devido


Dia 73 - 10 "Um post por dia até ao fim do corona"

Está um dia fantástico lá fora, nem parece que andam bichezas por aí.
Na hora de almoço, peguei na bike e dei umas dez voltas ao quintal até fazer um carreiro por entre as ervas. Fiquei tonta (mais tonta) de tanto andar à roda, mas valeu para o resto do dia. Talvez ainda vos faça um filme da voltinha. Logo depois do trabalho ou amanhã há mais.
Enquanto maridão pinta paredes e tetos como se não houvesse amanhã, Zé Gato anda a rondar a tomar conta da ocorrência. Tem asorelhas e o rabo pintados. Ainda andei atrás dele para o fotografar, mas ele pensou que era um jogo de caça e desatou a correr. Fascina-o o movimento do rolo para cima e para baixo, estamos sempre a espera que se atire em voo para brincar, o que era bonito de se ver, atendendo ao facto que pesa sete quilos.
Supervisionei e reguei as minhas plantações do fim de semana, parece-me que a coisa vai pegar.
Já desisti de pedir a filhos que arrumem cenas e se mantenham quietos. Insistem em ir correr na rua, querem à viva força ir comprar comida para saírem de casa e põe música e jogos em altos berros.
E prontus! Assim vão as cousas por aqui.

terça-feira, 24 de março de 2020

Dia 72 - 9 "Um post por dia até ao fim do corona"

Hoje coloquei uma jarra com primaveras mesmo atrás de mim para aparecer na imagem das teleconferências. Ninguém deu por ela.
Mudei de calças de treino e usei-as com camisa. Por causa dos peitorais, claro.
Os meus colaboradores da empresa familiar, por vezes perguntam quando "despego" do trabalho diurno para prestar os serviços que me cabem nesta outra sociedade familiar. Estão prontinhos três quartos. Pintados lavados, limpos e arrumados. Fizemos ainda algumas alterações em dois deles, ficando apenas a faltar uns pormenores de decoração, adiados para quando isto passar.
O meu "Chef de cuisine" hoje fez pizzas para o jantar. Com massa folhada...
Não saio de casa há 5 dias, altura em que comecei em teletrabalho. Tenho visto o sol da janela mas quando tenho tempo de o ir espreitar ao pátio ou à varanda, já ele se foi. Dever ser isto a prisão domiciliária. Só não tenho pulseira electrónica.


segunda-feira, 23 de março de 2020

Dia 71 - 8 "Um post por dia até ao fim do corona"

Não fossem as tele conferencias bi diárias com imagem e deixava-me andar com o mesmo fato de treino largo e amarrotado, pantufas, cara lavada e cabelo desgrenhado todos os dias.
Assim, é só dos peitorais para baixo.

domingo, 22 de março de 2020

Dia 70 - 7 "Um post por dia até ao fim do corona"

A minha empresa familiar de manutenções vai de vento em popa.
É uma empresa muito versátil e embora não pareça, pois sendo uma pequena empresa com apenas quatro colaboradores é enorme nos projetos que desenvolve.
Tenho pintor, desmontador e arrastador de móveis e pessoal indiferenciado que se ocupa das limpezas, lavagem, secagem e engomagem de roupas, cortinas e tapetes. Tenho também um colaborador de quatro patas que várias vezes ao dia percorre a casa para tomar conta da ocorrência. Tenho ainda vários chef's de cuisine e até uma jardineira. que quando pega no aparador de sebes e na tesoura de podar é um vê se te avias. E para transplantar e semear? Não há pai para ela, apenas tem uma exigência nas condições de trabalho que é haver uma pequena escova para esfregar as unhas e desencardir as mãos.
Tenho por fim de confessar que dois dos colaboradores, se revelaram um pouco debilitados fisicamente. Encontram-se muitas vezes cansados, dói-lhes os braços e as pernas e têm sempre muita fome. Têm de estar sempre a ser motivados e por vezes até, de ser coagidos a colaborar.
A despensa levou um rombo.
Não precisamos de fazer braços com o ginásio improvisado na garagem. Pernas também não que começámos pelo primeiro andar e já perdemos a conta aos degraus que subimos e descemos.
Amanhã é segunda-feira, volto ao teletrabalho.

sábado, 21 de março de 2020

Dia 69 - 6 "Um post por dia até ao fim do corona"

Pois a mim parece-me que pintar paredes, limpar, lavar e arrumar certas coisas adiadas ad eternum e em equipa familiar, uma coisa boa desta quarentena.

sexta-feira, 20 de março de 2020

Dia 68 - 5 "Um post por dia até ao fim do corona"

Quarentena.
Teletrabalho, muito.
Gostei apesar de tudo, do silêncio, da falta de notícias por não ter ligado tv nem ter visto nem ouvido nada que se relaciona-se com o bicho. Até ao momento.
Gostei da falta de  opiniões e das certezas opostas de uns e de outros a buzinarem-me aos ouvidos. Gostei de não ter tempo de pensar o quão mau vai ser o nosso futuro.
Quase não conseguia vir aqui hoje, mas neste momento já estou de fim de semana. Yes!
Estranho, tudo isto, aparentemente vivemos num filme de ficção científica.
Reclusa na minha própria casa, rodeada dos maus que andam lá fora, eu que preciso de tanto ar...
Bom, agora vou procurar cenas de humor aí pelas redes sociais para me rir um pouco
Adios!

quinta-feira, 19 de março de 2020

Dia 67 - 4 "Um post por dia até ao fim do corona"

Declarado o estado de emergência!
Nada mudou no entanto. Quem se confinou a casa voluntariamente porque o pode fazer continua a inundar as redes sociais sobre os problemas de estar fechado em casa, coitadinhos. Quem está em casa em teletrabalho ou a tomar conta dos filhos, lá vai levando a coisa como pode e quem quem tem de levar isto para a frente porque o país não pode parar e a economia e o dinheiro falam mais alto, continua lá fora a arriscar e a poder levar o bicho para casa.
É é isto. No final de contas não vamos todos ficar santos lá para o verão e as desigualdades continuam, assim como as injustiças. As coisas são como são e assim continuarão apesar de tudo. 

quarta-feira, 18 de março de 2020

Dia 66 - 3 “Um post por dia até ao fim do corona”

Dizem que estamos em guerra.
E sim, parece que estamos em guerra pese embora eu nunca tenha vivido uma guerra.
E estar em guerra não é fácil. Não é fácil trabalhar, ser mãe, ser filha, ser esposa, dona de casa e ser eu em tempo de guerra, quando anda tudo aos tiros. Se bem que alguns são à queima roupa, outros há que são bem certeiros. Adiante que ontem fui sacudir o stress e após a meia hora de corrida à volta do estádio com a ciclovia completamente deserta, iniciei os treinos indoor. Depois da corrida, mais meia hora a pedalar nos rolos, abdominais e pranchas e ainda levantamento de pesos com um aparelho sofisticadíssimo que meu Mainovo engendrou. E cozinhar e pôr roupa a lavar e arrumar e tudo e tudo.
As coisas são como são, e guerra é guerra.

terça-feira, 17 de março de 2020

Dia 65 - 2 do movimento “Um post por dia até ao fim do corona”


Alinhavam-se decisões e afinam-se preparativos. Para o que der e vier, dizem.
Eu, bebo o meu chá e como as minhas bolachas marinheiras sentada à secretária, enquanto teclo um email. Desenxabidas estas bolachas, mas agora que já montei o estaminé de treino na minha garagem posso talvez mudar de bolachas que só me apetece açúcar. Chocolates, bolos, qualquer coisa, desde que seja doce. Olho pela janela e penso como será possível andarem aí bichezas infeciosas com um dia tão bonito. É como os pêssegos do quintal de mamãe, lindos por fora, mas com lagarto dentro. Enquanto isso anda tudo louco e a capacidade de concentração não é muita, no entanto parece que está tudo com muita pressa de fazer um milhão de coisas antes de... 

segunda-feira, 16 de março de 2020

Dia 64 - 1 do movimento “Um post por dia até ao fim do corona”

Bora lá aderir ao desafio:

"Um post por dia até ao fim do corona"



Primeiro pensei fazer posts engraçados e irónicos, tornar a situação leve e divertida para mim e para quem anda por aqui. Depois pensei fazer um diário da minha própria situação dentro do contexto da comunidade onde me encontro para dar a conhecer a minha realidade e um dia mais tarde poder vir aqui ver como foi. Mas depois pensei também, sei lá eu, se vou cá estar para o fazer ou sequer se vou querer recordar estes momentos e por fim, pensei que ainda mal começou e já estou farta desta treta toda quanto mais ainda falar disto, vou masé falar de outras. Neste momento, no entanto, a situação não passa ao lado, é mesmo uma realidade e temos de aprender a viver com ela, se a realidade de cada um ajudar alguém, tanto melhor.
E enquanto não decido o rumo desta tasca, saí de casa para trabalhar e aqui estou eu a fazer as minhas tarefas normais, com algumas limitações, é claro, muitas até, que a maioria das empresas e estabelecimentos têm os seus planos de contingência. Há colegas em casa com os filhos, outros em teletrabalho, o que também eu poderei fazer em breve, almocei num horário desfasado dos outros, lavei as mãos cinco vezes esta manhã, evitei ao máximo deslocar-me pelos corredores e aproximar-me de quem quer que seja. Somos quatro em casa, no entanto...todos foram para o seu próprio trabalho, espero que nenhum de nós leve o bicho para casa.


domingo, 15 de março de 2020

Dia 63 - A coisa está negra

Não vou dizer grande coisa pois já quase tudo foi dito sobre este vírus que, parece, veio para mudar as nossas vidas. À semelhança da maioria das pessoas conscientes, desde sexta-feira que me dispus ao recolhimento seguindo as recomendações. Por ora, não tendo filhos menores de 12 anos, irei trabalhar e até que me digam para não ir ou para me remeter a casa e ao teletrabalho. A pedalada de sábado foi pela serra, como o marido, longe de tudo e de todos, mas hoje, bateu-me cá dentro que tinha apenas dois litros de leite, 1 garrafão de água e 3 rolos de papel higiénico. Pois... E as redes sociais cheias de fotos de prateleiras vazias. Fui. Havia de tudo afinal e trouxe apenas o que tinha em falta pois se tivermos de ficar todos de quarentena, podemos ir às compras, não vale a pena entrar na onda de algumas pessoas. Já agora, qual é a questão com o papel higiénico, que não chego a entender porque todos levam às paletes. Será que o Covid dá problemas de esfincter e eu não sei?
Bom, fiquem em casa e sejam criativos a passar o tempo mas não se matem uns aos outros.
Protejam-se

quinta-feira, 12 de março de 2020

Dia 62 - Ontem


Zé gato ronrona com a cabeça em cima da minha mão e chateia-se quando me mexo. Eu, alterno entre a leitura do livro, os blogues e o tricot sem grande entusiasmo, olho de soslaio para a tv e cabeceio de sono. Tento, noite após noite, dividir o tempo por várias atividades, mas não consigo concentrar-me em nada. Talvez devesse ter ido ao ginásio ou correr para deixar sair o stress. Apesar de todo aquele amontoado de respirares e transpirares perigosos neste momento, venho sempre de lá a sentir-me bem, não sei porquê, mas o exercício físico tira o melhor de mim. pensei, no entanto, no que Macau fez para erradicar o Corona e decidi não ir a lugares muito frequentados por agora e ficar por casa. Zé gato bocejou e foi para outro colo mais sossegado e quentinho, já eu, amontoei tudo na mesinha e estiquei-me a dormitar. Mais um serão passado.

quarta-feira, 11 de março de 2020

Dia 61 - Em suspenso

Enquanto lavo demoradamente as mãos e desinfeto com o produto disponibilisado a cada canto desta empresa, vou pensando em todas as maçanetas das portas que toquei até chegar à minha sala, nas pessoas com quem falei, nos almoços no refeitório, no casamento em Madrid em Abril, nas férias em Marbela, na travessia de bicicleta já tratada, será que tenho atum suficiente na despensa, com quem andam os meus filhos, como me vou aguentar sem ir ao ginásio ou sem visitar as minhas pessoas. Bahhh! Siga fazer a vida normal que não consigo não respirar e não consigo não viver (apesar de andar com dificuldades há mais de um mês à conta dos pólens) . 

segunda-feira, 9 de março de 2020

Dia 60 - plano de contingência

As calamidades sempre nos trazem algo de bom.
Caminham para o fim os beijinhos e os apertos de mão de circunstância e a (des)conhecidos. Aleluia!


domingo, 8 de março de 2020

Dia 59 - Solidária

Quando tenho um dorsal à frente do guiador e existem classificações, a minha faceta competitiva vem à tona e saio da minha zona de conforto para dar tudo o que tenho e ter boa classificação. O que fazer quando somos formatados assim. No entanto, já não participo em provas de Btt. Neste momento e com a minha idade a avançar, eu quero é usufruir, ver as paisagens, fazer travessias e conhecer lugares e pessoas a pedalar, mas sem me cansar muito.
Hoje, participei num btt organizado e solidário para ajudar uns miúdos da coletividade a irem participar num torneio no estrangeiro (vamos ver se se realiza). Não tinha classificações nem prémios, mas tinha dorsal. Isso e a super competitividade do meu marido, que vem sempre atrás de mim a melgar-me para eu dar ao pedal e ser a primeira mulher a chegar, fez soar aqui as campainhas da competitividade. E foi tão bom. Uma canseira, é certo, mas aquela adrenalina, aquela vontade, aquela coisa cá dentro, sempre a pedir para dar mais fez-me reviver bons momentos. Duros e sofredores mas bons. Estou feliz, ainda não faço muito má figura.

Dia 58 - Foi dia

Dia de usufruir do presente de aniversário que mais gosto de receber.
Circuito de spa e massagem relaxante. Gente! Coisa mais boa, uma gostosura mesmo.  Adoro água e ainda por cima quente, era gaja para passar lá um dia inteiro até ficar engelhada que nem uma velhinha. E a massagem... OMG, que mãos. Precisava daquelas mãos uma vez por semana para tirar as rijezas dos tendões que tenho nas costas. Coisas do stress e da má postura, pois claro.
Não queria eu mais nada né?

sexta-feira, 6 de março de 2020

quarta-feira, 4 de março de 2020

Dia 56 - Marmita analysis


O conteúdo
Há quem as leve a abarrotar e com fruta e sobremesa,  dignas de alimentar uma família inteira, mas não, é só para um e normalmente são feitas por suas mamães para seus riques filhes. Há quem as leve com muito conduto e pouca carne ou peixe, normalmente as feitas pelas esposas, que seus queridos maridos são de bastante alimento mas as cenas estão caras comágaita. E há as das minidoses, normalmente de mulheres e feitas pelas próprias, que não só poupam na despesa, como pretendem manter a linha, mas depois correm para as máquinas automáticas comprar chocolates. Ah, há ainda as do atum com massa ou arroz ou do arroz e massa com atum e os das unidoses compradas no supermercado, que querem dizer que não houve tempo ou não estou para me chatear, ou não tenho quem me faça a marmita nem estou para ir comer fora por isso está mais que bom assim. Há ainda a bela da marmita do peixe com legumes, a do bife de frango com arroz, há a do detox, a da sopinha e mainada, a do prato gourmet e a da galinha caseira.

A lavagem
Há quem lave as marmitas no fim de comer e há quem as leve para mamãe ou esposa lavar. E quem as lava, há os que apenas passam por água que em casa vai para a máquina, há os despachadinhos, os lentos, os super lentos que primeiro molham, depois esfregam e depois tiram a espuma e finalmente  os que tocamaobicho á marmita de-mo-ra-da-men-te até fazer uma fila de desesperados e com pressa de ir fumar o seu cigarrito ou apanhar ar antes de voltar ao trabalho.

A secagem
Há os que limpam as marmitas com os panos coletivos, os que levam o seu próprio pano e os nojentos, que usam as toalhas de papel das mãos e da boca para limpar a dita.

A bebida
Há os da água a acompanhar, os dos refrigerantes e os que simplesmente não bebem nada.

Eu
E depois há eu
Minidose em recipiente de vidro, lavo super despachadinha, seco com pano próprio e faço-me à vida.
Não bebo nada, só café. A fruta, como-a entre as refeições, mas vou por vezes à máquina dos chocolates. Muitas vezes, vá. Levo muito arroz, arroz com peixe, arroz com carne, arrozdisto e daquilo. Adoro arroz. Quando não sobra nada do jantar porque as minhas termites devoraram tudo, vou comer fora e mainada.

O que é que isto vos interessa, não sei, mas gosto de observar cenas curiosas.

terça-feira, 3 de março de 2020

Dia 55 - Estranhamente estranha



Gosto que me dêem alguma atenção, mas ser o centro das atenções no meio de um grupo, assusta-me.
Ser transparente de forma a que ninguém me veja ou ser ignorada desgosta-me, mas ter todos à minha volta a dar-me beijos ou a tocar-me e à espera que eu fale, enerva-me.
Ter que participar em conversas de “chacha” encanita-me os nervos, especialmente se as conversas andam à roda de falar de fulano e sicrano, filho ou tio ou primo de alguém, porque eu nunca sei quem é ninguém, nunca estou a ver onde moram, nem o que fazem, nunca sei que se divorciaram ou se são pais deste ou daquela.
E nunca sei essas coisas porque o meu disco rígido não tem essa parte, veio com defeito.
Não gosto de ser a primeira a chegar aos eventos, mas também não gosto de ser a última nem de fazer entradas triunfais.
Não gosto de estar mal vestida ou descabelada ou desleixada, mas também não gosto de ser a estrela da festa. Definitivamente não aprecio ser aquela para quem todos olham seja por que razão for, fico sempre a achar que me caiu um dente ou tenho a saia presa nas cuecas e o cu à mostra. 
Gosto de um elogio, mas nunca me acho a última bolacha do pacote, até pelo contrário, nunca estou cem por cento segura, acho sempre que estão a ser só simpáticos comigo. 
Não gosto de dominar as conversas, não gosto de meter conversa com desconhecidos, mas gosto que me deixem falar quando quero intervir ou então não abro mais a boca para deixar os brilhantes brilharem. Não tenho a pretensão de ser adorada por todos, ou de ser a mais conhecida, ou a mais popular ou a mais seja o que for, mas também não quero que pensem que sou uma pindérica, ou antipática, ou que tenho o nariz no ar ou a mania de importante e superior.
Não preciso de companhia para ir às compras nem de alguém para estar à mesa comigo, ou para pedalar ou correr ou ir ao gym, faço tudo muito bem sozinha e na boa.
Contrariamente, por vezes queixo-me que estou muitas vezes sozinha, mas adoro a minha solidão e poder fazer o que me dá na real gana. O que gosto mesmo é de me queixar, talvez seja uma forma de pedir mimo.
Adoro cometer loucuras, mas transtornam-me as quebras de rotina.
Não gosto de pedir favores nem gosto muito que mos peçam a mim.
Uf! é melhor parar por aqui.
Sou mesmo esquisita eu. E sei que sou.

Dia 54 - Em modo azedo


Engraçado (é uma graça do carai, é, é) é quando põe e dispõe de ti achando que és uma mula de carga a quem todos os dias metem mais sacos de milho no seirão para carregar e te acenam com uma pequena cenoura, achando que ainda tens é sorte de ser uma mula de carga e ainda se esquecem de te dizer que afinal tens mais uns sacos para levar…

segunda-feira, 2 de março de 2020

Dia 53 - Madre Teresa de Calcutá


Há opiniões alheias que me cansam. Gosto de as ouvir, pensar sobre elas e até dissecá-las se as achar interessantes ou com algo em comum com as minhas. Mas quando começam a bater a mesma tecla, dia após dia, semana após semana, como se isso fosse a única e absoluta verdade e não uma mera opinião pessoal e fazem disso cavalo de batalha e ainda, disparam em todos os sentidos, quando toda e qualquer conversa, ideia, brincadeira, ou seja o que for vai parar ao mesmo, ainda por cima deprimente, negativo e negro que nem breu, ó pá, fodei-vos. Vão masé dar banho ao cão.

domingo, 1 de março de 2020

Dia 52 - Barril

Todas as minhas pessoas nasceram às revoadas em resumidamente três meses do ano, agosto, novembro e fevereiro. Mais coisa menos coisa, vá. Não sei o que terá dado a esta minha gente, para se dividirem assim em grupos mensais. É que além de ser um rombo financeiro em presentes, todos na mesma altura, não se consegue em três meses, comer tudo para o resto do ano. Bem que se podia fazer uma escala, para ser uma festa em cada mês, mas não, há meses que é dia sim, dia não. Ainda por cima, este ano até houve o tal do vinte e nove de fevereiro, que há quatro anos não havia e foi dia de mais um aniversário e amanhã, esgotarei por fim o plafond de festas. Uf!Até que enfim pois estou que nem posso e nem sei como regressar à linha que está por ora uma linha redonda, assim mais para o barril.