segunda-feira, 24 de junho de 2019

E a coisa deu-se

No pé deu-se, pois deu, a alta médica, assim como a dispensa de fisioterapia, a autorização para subir e descer serras a pedalar, o regresso ao ginásio, o trabalho e a condução, tudo sem limites.
Ainda hei-de remover os dois parafusos restantes daqui a uns meses mas cá para mim ficava com eles, apenas os retirava do pé e os colocava na cabeça, já que essa ... ui, ui!
Massa sem sal ainda se consegue comer, mas galo queimado é coisa que não é nada agradável e ver no trabalho com os óculos no fisioterapeuta também é difícil. Para já não falar de autres petites choses sem nexo que faço vai não vai. Raio das anestesias... isto é que está a demorar a passar.

Nova aventura, novo desafio, em preparação :)))



terça-feira, 18 de junho de 2019

Bolo com cheiro a TiDite


Entre todos os tios e tias da minha extensa família, havia a Tia Edite.
Exímia boleira e costureira, a minha preferida e da qual guardo preciosas lembranças das tardes a cortar e cozer na máquina de costura fatos para as bonecas e do cheiro a bolos. Aquele cheirinho a bolos que se espalha pelas divisões da casa e fica impregnando paredes e cortinas durante horas, assim era. Entrávamos em sua casa, inspirávamos e com um sorriso corríamos para a cozinha na expetativa de ver a maravilha que iria sair do forno. Ao lado do bolo grande para as clientes, havia sempre uma pequena forma com um bolo pequenino para os sobrinhos que aparecessem. Aquela alegria e aquele sorriso fácil de quem gosta de partilhar era tudo para nós. E para ela.
Guardei religiosamente a receita do bolo de côco dela como se de uma relíquia se tratasse e fiz para levar para o encontro com os primos este ano. Nem tive tempo de o fotografar pois assim que deram pelo cheiro a TiDite, foram todos provar. O cheiro coincidia com o sabor. 
Vá lá que me correu bem 😊

sábado, 15 de junho de 2019

Esta que vos escreve

Parou para se coçar.
Como era de esperar, depois da tempestade vem aquela cena de limpar e varrer, colocar as coisas nos devidos lugares, abrir portas e janelas e pôr tudo a arejar, limpar para voltar a brilhar. Em suma, um sem parança de trabalhos para ficar tudo operacional.
Assim estou eu, além do regresso aos regressos, isto é, ao trabalho, ás pedaladas, que com tanto cuidado demoram uma eternidade, às lides da casa, dos filhos, da família e dos amigos, ainda acumulo a fisioterapia, o jantar de secção, o piquenique anual dos primos, o piquenique de final de época mais o de final de ano lectivo, mais o libertar a casa do estudante e ainda a ansiosa espera pelo raio-x e a consulta para saber se a minha perneta está finalmente curada.
Estou muito ocupada mas estou aqui e trago-vos no coração.

A propósito do encontro anual dos primos, olhem aqui a minha árvore:




segunda-feira, 10 de junho de 2019

Embalo

Foi o despertador a acordar-me a horas certas, o ritual da preparação matinal e o rumo para a luta diária. As boas vindas das pessoas do dia a dia, os sorrisos, os desejos de bom regresso.
Foi uma semana de recomeços, de regressos ao quotidiano. E que bem que me soube sentir o corpo em movimento, a alma saciada. Já nem lembrava que havia tantas pessoas e tantos problemas além dos meus. 
Primeiro a medo e sem grandes pressas na incerteza de que o meu pé ia colaborar, mas depois de o sentir firme e sem dor, lá fui arriscando cada vez mais e pedalei três dias seguidos, estou que nem posso das partes que contactam com o selim. 
O sol a  aquecer-me, a brisa a embalar-me, as paisagens a sucederem-se em catadupa, as que eu adoro e conheço tão bem, mas que parecia ser a primeira vez que as via.... 
Bom, foi mais uma luta contra a ventania maluca que me empurrava para trás a cada pedalada, mas como isso não tem nada de belo nem de poético, fiquemo-nos pelo embalo da brisa.
Ainda bem que resolvi dar alta a mim própria pois sabe bem fazer parte do mundo. Só espero que tenha feito a opção correta, esta de auto dar-me alta, mas isso só vou saber daqui a uns dias na próxima consulta e após mais duas semanas na luta diária da vida.
Talvez nessa altura eu queira voltar p'ra ilha, mas aí já não há nada a fazer. Toca a trabalhar masé.




terça-feira, 4 de junho de 2019

Fisioterapia


Nos preparativos para voltar ao trabalho ainda esta semana, sem dúvida que o ponto alto do meu dia tem sido a ida à fisioterapia.
Ali, não sou a mais velha como na maioria dos sítios que frequento, ali, sou das mais novas e a menos entrevada.
Olho para aquela gente à minha volta e fico assustada. A vida é mesmo madrasta e a velhice e a doença parece que surripiam a dignidade. Admiro e venero a boa disposição de algumas daquelas pessoas que se vêm assim mas não esmorecem. Um dia quero ser assim.
E isso dá-me esperança. Esperança para o imediato e esperança para o futuro.
Mas bom, esta semana comecei com os saltinhos no trampolim, os agachamentos ainda que pequenitos e com exercícios em desequilíbrio no bosu.
Não tarda já estou a correr e a pedalar.
O meu tendão de aquiles está mais rijo que um bife do pojadouro. Eu queria que já estivesse transformado em picanha, mas é o que se pode arranjar no momento.
O meu tornozelo está um pouco estranho com altos e baixos onde não devia e inchado tipo balão mal cheio. Isso é o de menos, só quero é que não doa.
A minha perna direita está magrinha que só ela, que parece uma perna de pau e vai ser uma trabalheira fazê-la ficar firme e hirta.
Sou uma chata com estas coisas eu sei, mas entretanto vou estar tão ocupada que nem vou ter tempo de me lembrar deste assunto e daqui a quinze dias já me estou a queixar que preciso de férias.
Coisa que nunca me passa, esta insatisfação, faz parte da minha alma.