Ao ver fotos antigas por aqui perdidas no meu telefone. Fotos de Góis e Pedrogão Grande onde durante alguns verões acampei lá um fim de semana e dei uma pedaladas.... Já fui lá tão feliz.
Que nostalgia.... Que triste, agora tudo queimado.
quarta-feira, 28 de junho de 2017
O que eu fui encontrar
terça-feira, 27 de junho de 2017
Madrugadas
O sino da igreja repica as seis da manhã e eu já acordada. Chateia-me não conseguir aproveitar a noite para dormir, no entanto aprecio aqueles momentos em que posso dar largas à imaginação e ao pensamento sem ter de o cortar a meio porque tenho isto ou aquilo para fazer. Tenho calor, empurro a roupa com os pés , dá - me o frio volto a aconchegar-me. Na ombreira da porta vislumbro os contornos da Rosa Maria e do Zé, os meus dois gatos, sentados à espera que um de nós se levante para lhes dar o Pires de leite. Somos de hábitos. Tomara que cheira-se a café acabado de fazer. Mas não. Espreguicei-me lentamente e dei largas ao pensamento.
Hoje vai ser um bom dia.
domingo, 25 de junho de 2017
Sábado à tarde
sexta-feira, 23 de junho de 2017
Dante
Mal cheguei da minha aventura levei de chofre com a realidade. O voltar ao trabalho e à rotina no dia seguinte, os fogos e as mortes, doenças de alguns amigos do peito, dois deles a quem foi diagnosticado cancro, outro hospitalizado... Há várias noites que não durmo. Esta inquietação, este desassossego, este calor consome-se por dentro e por fora. Abro os olhos e vejo pessoas a morrerem, fecho os olhos e parece que vejo chamas. Tenho com certeza algum botão avariado.
Esta noite resolvi beber um copo de vinho e tomar um comprimido para dormir. A cambalear consegui subir as escadas e chegar à cama mas passadas três horas oiço nitidamente uma briga de gatos na rua e achei que era o meu Zé. Fui salvá-lo. Três da manhã e eu na rua de pijama à procura do Zé. Nada! Voltei a subir as escadas e fui ver o meu aspecto de alucinada no espelho da cada de banho. Lá estava o filha-da-mãe-do-gato, à fresca, esparramado no chão a dormir!
Ele estava bem, eu é que voltei a não dormir. Abaixo gatos e moto-serras e fogos e doenças e outras merdas que tiram o sono e uma gaja!!
terça-feira, 20 de junho de 2017
Limbo
Nesta grande viagem tinha de carregar com o corpo todas as minhas necessidades e decidi não levar luxos. Nos alforges levei apenas dois equipamentos para pedalar, uma roupa para as quatro noites, chinelos, um agasalho, toalha, duas cuecas e dois soutiãs e uma bolsa com miniaturas de produtos de higiene essenciais.O resto da bagagem continha ferramentas, cãmara de ar, dropout suplente, comida, documentos, dinheiro, máquina fotográfica, telemóvel e a caderneta de peregrino. Meu Deus! O que me custou transportar aqueles nove quilos e ao fim do segundo dia, sem a roupa ainda lavada, nem um soutiã tinha para vestir para ir jantar.
Viver no limbo é lixado. Se por um lado até vivi confortavelmente durante cinco dias sem entender para que precisamos de tantas merdas, por outro senti-me nua. Faltava-me o meu perfume, o meu cheiro, a minha base para disfarçar o cansaço, o secador de cabelo para não parecer uma maluca e a minha almofada. Ai a minha almofada! Ah! Faltaram-me uns tampões para os ouvidos para não ouvir aquela moto serra toda a noite a trabalhar naquele albergue...
Voltei, voltei... voltei de lá!
Não sei se cheguei mais serena, se mais inquieta, não sei se encontrei o que procuro ou se vou continuar na minha luta. O que eu sei é que seguramente cheguei diferente. O que eu sei é que as lágrimas que me saltaram dos olhos assim que cheguei finalmente à praça em Compostela vieram do coração. Foram lágrimas de alegria, foram de felicidade, foram de gratidão e superação. Foram também de alívio, que já me doía o cú e as pernas e as costas e tudo e mais alguma coisa.
Há experiências, há pessoas, há situações que nos tornam melhores.
Sim, cheguei uma melhor pessoa, cheguei seguramente mais forte e com outra perspetiva de vida.
terça-feira, 13 de junho de 2017
domingo, 11 de junho de 2017
A Leste
Obrigada Loira.
quinta-feira, 8 de junho de 2017
As pulgas amestradas
Primeiro mandaram-nas saltar e elas, tentaram saltar. Ainda não tinham aprendido a saltar já as mandavam rodopiar. Elas, tentaram rodopiar. Não tinham ainda conseguido bem rodopiar, mandaram-as nadar. Depois tinham de saltar, rodopiar e nadar. Como ainda não tinham aprendido a nadar, morreram afogadas.
Filhas da puta das pulgas que não sabem fazer um cara-go!!!!
terça-feira, 6 de junho de 2017
Será que é só nos filmes?
segunda-feira, 5 de junho de 2017
Quando eu vejo o mundo
Mas mais do que um desafio, mais do que um treino para a grande viagem que é já na próxima semana, essa sim O Desafio, mais do que um teste a mim própria, à resiliência, à capacidade de sair da zona de conforto, à aptidão para ultrapassar dificuldades, ao poder da mente que no fundo comanda o nosso corpo nisto tudo, mais do que um teste à capacidade física, estou a falar, claro, de um desafio de bicicleta pelo mato que envolve muitos quilómetros, muita dificuldade técnica e física, muitas subidas e descidas assustadoras...
Mais do que chegar a casa suja e a cheirar a cavalo, moída até aos olhos, as pernas e os braços arranhados das silvas e dos arbustos, o joelho negro de uma pequena queda a descer a alta velocidade, eu vi o mundo, eu alimentei a minha paixão...