Com um simples vestido preto, eu nunca me comprometo

Ele há pessoas (vulgo gajas) que gastam rios de dinheiro em roupa, acessórios e calçado e podem andar cobertas de ouro que não têm gracinha nenhuma e outras, a quem qualquer trapinho fica bem, por mais reles e usado que seja.

Digam-me o porquê de tal coisa, que até hoje não sei explicar.

Conheço uma moçoila, por sinal uma jóia de pessoa, que é podre de rica e veste e calça tudo quanto é marca e ultimo grito da moda, além disso, tem bijutarias e ouro que fariam inveja a qualquer madame das arábias a quem os sultões cobrem de jóias.

Mas a pobre da moça parece, não sei explicar, mas a palavra certa é qualquer coisa como “Burgessa” (eu e as minhas amigas inventámos este adjectivo maravilhoso para a classificar). Ela anda desengonçada, ela tem um rabo esquisito, é um pouco marreca e o cabelo… Bem, o cabelo é de um laranja vivo, mesmo a contrastar com as unhas, que têm sempre cores vivas, todas folclóricas. As roupas são lindas mas fica-lhe tudo mal, mesmo muito mal.

Uma pena, pois a moça tem um guarda roupa de fazer inveja a qualquer uma, é uma pessoa simples e simpática, mas parece sempre a criada de aldeia da Madame.

Conheço outra moçoila, que é muito pouco abonada e usa roupas que lhe dão ou da “boutique feira”, ou coisas do mais barato que há e parece sempre uma modelo, mãe de 3 filhos, mas modelo.

Já eu, classe é o meu nome do meio…. Qualquer trapinho me assenta que nem uma luva.

Cof! Cof!

Bom, terei de substituir os espelhos lá de casa, pois quando passo por eles, o que vejo é uma imitação de Gaja fina a rondar a pequena Burgessa. Eu e a minha amiga auto-estima andamos de candeias às avessas, só pode!