Hoje acordei determinada a fazer subidas e fiz-me a estrada na minha fininha.
Aí na terceira subida, carrego no manípulo para mudar para o prato leve e pumba, embrulha-se-me a corrente e fiquei a pedalar no vazio. Sozinha que estava, olhei em volta e nem vivalma. Deitei as mãos à corrente, desembrulhei aquilo tudo e coloquei a corrente no sítio. As mãos cheias de óleo tentei limpá-las às luvas e segui o meu caminho. Entretanto esfreguei os olhos, cocei o nariz, limpei o suor do queixo, bebi água do meu boião branco.
Lembrei-me então que precisava desesperadamente de um café e não tinha nem uma moeda, começando a procurar uma caixa multibanco que só encontrei num Intermarché mais à frente. Saquei do cartão e fui levantar dinheiro, quando me virei tinha toda uma plateia a olhar para mim como se de uma alien se tratasse. Bom, pensei, afinal não é todos os dias que se encontra uma cota ciclista de fato branco colado ao corpo numa caixa de multibanco. Que sa lixe!
Foi quando parei num café para a tão desejada bica e pedi para ir lavar as mãos que vi a minha figura no espelho. Toda eu eu era óleo, nos olhos, no nariz, no queixo e por todo o meu fatinho branco, tão lindo. Só me faltava o fato de macaco aberto até ao six pack, a peitaça à mostra e os biceps de fora para parecer um mecânico de automóveis (os dos filmes claro, não os reais).
Mais uma lição aprendida. Levar um mecânico comigo, para pôr as mãos no óleo.
Estou farta de as esfregar e ainda tenho as unhas encardidas.