Mas porquê eu, tudo eu...

Fui correr. Não me apetecia ir fechar-me no ginásio que fechada já estou o dia todo, mas precisava apanhar ar e então, fui correr. Aí vou eu toda contente, a minha música a chegar-me aos ouvidos, o ventinho nas orelhas e as pernocas a ficarem quentinhas. As casas iluminadas de luzinhas de várias cores natalícias, os carros a levarem as suas pessoas ao sítios, o céu carregado de estrelas, o bafo quente a contrastar com o ar gelado. Adoro! Só que aí ao quilómetro dois começou a dar-me vontade de... pois, de fazer cocó. Não! Outra vez não, pensei. Parece que correr me ativa o intestino, vá-se lá saber porquê. A pensar que passava lá fui correndo, só que não, a vontade estava era a querer tornar-se incontrolável. Mas, como ía eu agachar-me ali em qualquer beco de corta vento rosa florescente vestido sem darem por mim? Sem dinheiro e sem lata para entrar num café e simplesmente pedir para ir ... fazer cocó, só me restava correr muito depressa para casa. Mas como é que se corre três quilómetros de rabo apertado e pernas quase fechadas porque o sr. castanho estava mesmo à porta ein? Se souberem digam-me que eu ainda estou aqui para descobrir como consegui chegar a casa, acertar com a chave na porta e chegar à sanita a tempo de não me cocozar toda pelas pernas abaixo. Só mesmo a mim é que acontecem estas coisas, xiça!