Trago comigo uma chave. Esta chave abre e fecha gavetas todos os dias da minha vida. Hoje peguei nela cuidadosamente e abri a gaveta que fica à minha esquerda, coloquei lá o mau humor e a melancolia que esta primavera cinzenta me trouxe e tirei o meu melhor sorriso. Abri de seguida a que estava logo acima e coloquei lá os problemas e os contratempos, tirei a alegria que embora um pouco envergonhada anda aqui a rondar. Guardei a chave para amanhã.
segunda-feira, 20 de março de 2017
domingo, 19 de março de 2017
Alinhar os chakras
Não sei o que raio é isso dos chakras mas que anda por aqui alguma coisa desalinhada lá isso anda. Foi por isso que aceitei mais um desafio, caminhada de 16 kms pela Fórnea, mesmo ao lado de Porto de Mós na Serra de Aire e Candeeiros no intuito de dar ar à alma e ao corpo e repor energias.
Já perdi a conta às vezes que lá fui de bike mas a pé foi a primeira vez e não me arrependi nem um pouco, consegui até correr em algumas subidas. Descer é que foi o caraças, acho que me vão cair as unhas dos pés de ir todo o caminho a travar. A serra estava linda como sempre, já cheia de flores e cheirinho a primavera, pena o nevoeiro que não deixava ver muito longe.
Dos chakras não sei, só sei que ainda assim espero que tenham encontrado alinhamento e deixem de me acontecer "cenas" esquisitas.
sexta-feira, 17 de março de 2017
Rei morto, rei posto
Pois tenho a dizer-vos que o meu anjo Gabriel foi um anjo mas não foi anjo suficiente para me salvar o ecrã do telemóvel que além do padrão tigresa deixou de funcionar em certas zonas. Continua deitadinho em cama de arroz para o caso de lhe querer passar. Entretanto já fui comprar outra vida que isto de viver sem vida não é vida. Vou no entanto manter-me afastada de sanitas.
Beijinhos e abraços
quarta-feira, 15 de março de 2017
terça-feira, 14 de março de 2017
Haveria de chegar o dia
Em que via a minha vida cair pela sanita abaixo. O telemóvel pois claro...
Depois de o pescar, envolvi-o em papel e corri à procura de ajuda. Salvou-o e Engenheiro Gabriel e não é por acaso o nome de anjo. Abriu-lhe o coração com muito jeitinho, deu-lhe com o desfribrilhador, injetou-lhe um produto para proteção da parte eletrónica, secou-o muito bem sequinho, ressuscitou. Um pouco periclitante ainda, continua a lutar pela vida cheio de tremuras e nervoso miudinho. Tenho agora um écran com padrão tigresa, coisa mai linda.
Descansa numa taça de arroz, a ver se lhe passa.
segunda-feira, 13 de março de 2017
Filhos que podiam ser os meus
Dou por mim a pensar como os meus dois pintainhos, hoje já belos e espigados frangotes, são tão diferentes um do outro.
Qual mãe galinha, sei que a partir do momento em que se choca um ovo, é-se responsável por ele e posso dizer que os choquei da mesma forma, que o ninho era igualmente, quente, fofo, cheio de amor e muito bem estruturado e que em todo o galinheiro não houve uma galinha ou um galo que os tivesse tratado de maneira diferente. São no entanto e apesar das parecenças físicas, pessoas com atitudes e perspetivas de vida completamente distintas, não querendo com isto obviamente dizer, julgar ou criticar as mesmas. Ser diferente não é ser mau ou ser bom.
Aflora-se-me no entanto uma dúvida, uma questão que sempre se me coloca quando oiço certas conversas, presencio certas coisas e vejo certas notícias, questão esta que me tem acompanhado como se de um karma se tratasse, como se uma cruz de assumidora de culpas tivesse sido inscrita na minha testa desde que decidi chocar dois ovos. Será que quando os granfotes partem um ovo, a culpa é sempre e só dos pais?
domingo, 12 de março de 2017
Olho o espelho e vejo-me demoradamente.
Todos os dias me vejo e me reconheço e gosto ainda de me ver acabada de acordar. Gosto.
Gosto quase todos os dias de mim.
É no entanto quando tenho tempo e me detenho em frente ao espelho, quando me olho demoradamente e com calma que vejo como o tempo tem passado por mim, este tempo que não pára, este tempo que não tem tempo de parar um pouco e esperar por mim.
Vejo umas pálpebras a ficarem descaídas outrora esticadas e lisas onde o eyeliner ficava perfeitamente desenhado, umas rugas ao pé dos olhos e da boca que escondem agora a sombra e o batom. Vejo umas mãos brancas e com manchas, uma pela baça e cansada outrora coberta de sardas de que tanto me orgulhava, um ventre mole, uns ombros escanzelados, umas pernas finas. Sim, esta sou eu, aquela de quem gosto quase todos os dias. É quando tenho mais tempo que gosto menos de mim...
P.S. Vou trocar de espelho :)
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