Estava eu esticada no areal, o mar a serpentear ao fundo, a areia morna a fazer-me cócegas nos pés e o sol a aquecer-me sem me torrar, lendo eu um livro muito interessante mas grosso com'ó raio e cujas frases eu tentava percorrer tão avidamente quanto possível numa desenfreada luta com os meus queridos óculos progressivos, quando fui subitamente distraida por uma conversa tipo história, tipo mesmo ali ao lado.
Levantei um olho, tipo, o outro ainda ficou no livro , tipo por enquanto. Uma esbelta moça tipo aí de uns vinte anos, contava tipo a três rapazes tipo a história da morte do hamster tipo do irmão mais novo, tipo bué da puto mesmo que até chorou tipo durante uma hora.
Larguei definitivamente o livro e tirei a porcaria dos óculos que já me estavam tipo a provocar tendinites nos olhos para contar tipo os tipos que a história tinha. Aos tipos perdi-lhes a conta de tantos mas tantos que eles eram, mas do hamster coitado, até fiquei com pena. Ficou tipo com as patas da frente entaladas numa porta e tipo, como ficaram partidas e não se mexiam, tipo, ele começou tipo a roe-las até que, tipo, se finou. O puto ficou tipo tão, mas tão triste e apático que tipo a esbelta moça já lhe comprou outro. Tipo, tipo um novo hamster. Está tudo bem agora, tipo, mesmo bem.
terça-feira, 30 de agosto de 2016
Tipo
domingo, 28 de agosto de 2016
Não que eu queira
sábado, 27 de agosto de 2016
Hoje fui ao céu
Mas não perdi a viagem pois uma vez lá em cima eu estava era no céu e acima das nuvens, uma sensação indescritível.
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
Pois, a ilha...
Não tenho estômago de marinheiro mas há muito que queria repetir esta aventura que já tinha feito há mais de 25 anos. Foi hoje e... valeu a pena.
Palavras para quê?
domingo, 21 de agosto de 2016
Como não podia deixar de ser
Quase, mesmo quase a chegar lá acima. Uf!! |
sexta-feira, 19 de agosto de 2016
Estranha forma de ser
Estou há horas neste silêncio. Talvez há dias ou meses nem sei. Também não sei quando foi que comecei a estranhar as palavras, as conversas. Não sei quando deixei de querer falar, muito menos quando deixei de querer ouvir. No inicio diagnostiquei-o passageiro, mas agora sei, agravar-se-á a cada dia que passa. Estou apreensiva. Estará o meu mundo a ficar mais pequeno ou, pelo contrário, a ficar cada vez maior?
quinta-feira, 18 de agosto de 2016
segunda-feira, 15 de agosto de 2016
Outrora
quarta-feira, 10 de agosto de 2016
Baralhação
Os lençóis e as fraldas estão bordados, as botinhas tricotadas, os fatinhos alinhados, cheirosos e macios, prontos nas gavetas a espera da chegada das cegonhas vindas de Paris.
Ondas de amor e esperança espalham-se pelos ares contagiando pessoas e arrancando sorrisos. Mães prenhes de vida e de amor aguardam pacientemente o dia em que a cegonha lhes vai deixar a porta um embrulho que choraminga.
As cegonhas porém que iniciaram há pouco os seus voos, perfiladas umas atrás das outras desenhando uma linha de renovação no céu, encontram-se agora às voltas, desorientadas, perdidas neste céu ensanguentado de fumo, cinzas e até labaredas. Não sabem para onde ir, não sabem o que fazer. ...
Estão desesperadas.
domingo, 7 de agosto de 2016
Salvamento
sábado, 6 de agosto de 2016
quinta-feira, 4 de agosto de 2016
quarta-feira, 3 de agosto de 2016
Estava aqui a pensar...
Quanto pagaria eu de IMI por ter olhado e adorado e fotografado esta serra cheia de sol que mais parece a cara de alguém que eu conheço ...