Ouvi que alguns casais com o tempo se vão tornando
parecidos, se adaptam, se transformam e se fundem à imagem um do outro. Há mesmo teorias e estudos sobre isso e até já
vi imagens de casais vestidos de igual… Isto só pode ser nas Américas ou na
China, claro, onde todos os fenómenos acontecem inclusivamente esse, mas várias
ilações eu já tirei por aqui, tantas vezes acontece que se um é desportista,
ambos se tornam desportistas, se um é gordo, ambos se tornam gordos, se um é
culto, ambos se tornam cultos, mas também já vi aberrações que não lembram a
ninguém e me espanta como alguns casais estão juntos há tantos anos, sendo eles
tão opostos e parecendo não haver um único ponto em comum.
Eu cá não sei, mas no caso do Zé e da Lili sempre houve
diferenças que no fundo eles foram respeitando sem invadir demasiado o espaço
um do outro, mas, pessoalmente estou em querer que o tempo acentuou essas
diferenças e que com esse mesmo tempo um pequeno fosso foi se instalando dando
origem a um abismo que se tornou a determinada altura difícil, senão impossível
de transpor. Existem razões algumas que a própria razão desconhece e uns se
acham seres tão perfeitos que tentam fazer os outros à sua própria imagem criando
sem se aperceber um distanciando enorme, fazendo silenciar quereres, fazeres e
sentires do outro. E os silêncios doem por demais, as distâncias matam
devagarinho e as circunstâncias ditam os desencontros. Talvez matem mais a um
do que a outro, ou calem mais um do que o outro, o que é certo é que há um
momento em que a magia já há muito que se foi e tudo deixa de fazer sentido.
Decididamente já não se quer ser perfeito, já não se quer agradar ou deixar
andar, quer-se ser apenas e só o que se é e pronto. Se por um lado quero
aconselhar que sim, que lutem para diminuir a distância e os silêncios, por
outro tenho vontade de dizer que não, que vão finalmente ser o que são…
Neste capítulo, não há iguais. Cada ser é um ser e ponto final.
ResponderEliminarPodem, sim, ter os mesmos interesses, e a coisa dilui-se.
Se nem isso houver, ao fim de algum tempo, um dos dois está a fazer frete, para agradar ao outro, às convenções, e aos vizinhos. Talvez venha daí a ilusão de que estão parecidos.
O que une, são exactamente as diferenças, são elas que alegram e equilibram.
Digo eu, que nada sei :-)
Beijo a TU
PS: A Lili e o Zé, que se sentem e conversem. Que esqueçam os imóveis e as contas bancárias, que falem de si e da vontade de serem felizes.
Isso é que é de valor.
Concordo contigo Non, as diferenças são muitas vezes o que atrai as pessoas umas às outras, não podem é ser assim tão grandes que não haja um ponto de consenso porque aí torna-se muitas vezes uma batalha campal. Quanto à Lili e ao Zé, não percebi bem os motivos, mas parece que de momento não há volta a dar, as contas bancárias e os imóveis já não interessam, a Lili quer ir ser feliz. Eu só conheço o Zé, não sei o que dizer...
EliminarEu falava das diferenças que um dia os uniram, se abismais antes, porque estarão juntos? Mistérios, que não sei deslindar :-)
EliminarSão as tais razões que a razão desconhece :))
EliminarMas que a vida, um dia, cobra :-)
EliminarSe cobra....
EliminarHouve uma altura da minha vida em que eu disse que posso gostar muito de alguém, mas nunca gostarei mais do que aquilo que gosto de mim. Que gostar de nós prevaleça sempre, seja qual for a solução.
ResponderEliminarVerdade Loira, nunca esquecer o quão somos importantes para nós próprios e agir como tal, sempre. Bjs
EliminarO triste é quando fazemos algo em função deste ou daquele apenas para agradar. Adorei o texto :))
ResponderEliminarBjos
Votos de uma óptima Terça - Feira
Pois é Larissa, muitas vezes é pior do que enfrentar e resolver, mas todos têm por tendência ir tentando. É assim deve ser não ? Bjs
EliminarNunca devemos deixar de ser quem somos....mas, o certo é que, acabamos por nos moldar um, pouco, àqueles que nos acompanham...
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Eu também acho Isa, moldamo-nos, adaptamo-nos e até os gostos ficam parecidos, é inevitável. Não é bom quando nos deixamos apagar para fazer as coisas à medida dos outros...
EliminarNós estamos casados há 40 anos (feitos em 22 de julho) e conhecemo-nos tinha ela 13 anos. Fomos amigos durante algum tempo, escrevíamo-nos quando estive em Angola e acho que só nos demos bem nessa altura. Parecendo que não, 10.000 Km fizeram a diferença. eheh
ResponderEliminarAgora ainda estamos pior. Eu estou cada vez mais inteligente, ela cada vez mais burra. eheheheh
As nossas discussões estão a bater recordes e só ainda estamos juntos, porque separados não temos onde cair mortos. eheheh
JJ, há razões e razões e essas também são e olha, acredito que haja muitos e muitos casais por aí na mesma situação e acabam por se ir entendendo. Depois do amor, se persistir a amizade é bom, muito bom :)
EliminarNa verdade, já li sobre essa forma de ir ficando num casamento. Todavia, neste caso, não me parece que tenha restado sequer respeito, quando se apelida de burra a senhora que, por essa razão, tem que ficar presa a um inteligente, que não teve inteligência para se tornar independente.
EliminarNon, os homens gostam de se armar aos cucos mas não vivem sem nós. Acho que este é mais um caso :) )
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EliminarQuando uma pessoa (um ser, vá), não entende a ironia, devia ser proibido de escrever comentários, porque é certo e sabido que sai caca. Eu nem deixava semelhante gente ir ocupar uma cadeira na escola e fazia-lhes como uma prima minha lá da terra fazia às galinhas, para não esgravatarem a horta: cortava-lhes a ponta dos dedos.
EliminarMas alguém com dois neurónios dentro da caixa dos pirolitos, imagina um casamento durar 40 anos sem amor e sem respeito?
Lá diz o ditado: presunção e água benta, cada um toma a que quer.
Sai um fardo de palha.
Vá lá, não levemos as coisas a peito. Temos de ir masé todos beber uma fresquinha que a vida são dois dias. Abreijos p'rocês que eu hoje estou uma esbanjadora :)
EliminarJJ, eu sei que tu és boa alma :)
EliminarEstá descansada que não vou fazer aqui uma peixeirada. xD
EliminarNão te preocupes gajinha, que a responder, seria pôr-me ao mesmo nível, e a filha da minha mãe, não vai nessa.
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EliminarÉ uma situação complicada. Pode haver diferenças e há, nenhum ser hum,ano é igual a outro. Mas deve haver respeito por si e pelo outro.Anular-se um em função do outro não dá. Acabam por se criar ressentimentos que matam o amor. Estou casada há 49 anos. Eu e o meu marido somos muito diferentes. Talvez por isso nos completamos e nos damos tão bem. Somos companheiros, existe entre nós uma grande cumplicidade, e um grande respeito pelo outro. E muito amor, um amor que já foi posto à prova várias vezes, por doenças graves que ao longo nos foram atingindo, incluindo um cancro em 2010.
ResponderEliminarManter um casamento por qualquer outra razão que não seja amor, é um erro. Desgasta os dois.
Abraço
Tem toda a razão Elvira. A vida é tão curta que temos de a viver o melhor possível. É claro que todos os casais têm as suas fases mas se existir amor, há que contorna-las e seguir em frente. Abraço
EliminarA mania do igual é um paradoxo. O diferente é que é interessante.
ResponderEliminarComeça pelo conceito estético, quer físico quer psicológico - a necessidade de projecção de um no outro para beneficiar da complementaridade. Depois, naturalmente, dá-se a osmose ou a rotura.
BFS, Maria.