Soprou-me um passarito ao ouvido que novos ventos se aproximam.
E eu aguardo-os com ansiedade.
Provavelmente os ventos que têm soprado não cessam no dia trinta e um para dar lugar aos novos no dia seguinte, mas tenho fé que aos poucos isso aconteça.
Talvez por ter esse tão grande desejo, deu-me na real gana e peguei na bicicleta. Saí para correr mundo. Pedalei, pedalei, pedalei. Faltam-me hoje oitenta e sete quilómetros para superar mais um desafio. Pedalar quinhentos quilómetros de vinte e quatro a trinta e um de dezembro.
A chuva aproveitei-a para lavar a alma, o vento para limpar o pensamento, o frio para enrijar o corpo e dar cor à pele. O cansaço, usei-o para purgar as más energias e renovar as defesas.
O ar dos campos e das serras, a alegria de ser livre, o banho quente no fim. apesar da lama, do frio e da chuva. O sacrifício versus o prazer, o incentivo do maridão que sempre me acompanha, tiram sempre o melhor de mim lembrando-me a resiliência, a luta, a vontade de fazer mais e ser melhor.
Pronta para receber o novo ano de braços abertos. Que vinte vinte e um seja um bom ano.
Feliz Ano Novo para vocês!