Não sei se o que fiz naquele dia foi o tal do running, ou se o que fiz foi corrida, ou caminhada rápida, não sei. Sei que num destes dias não me apetecia ver gente e por isso não fui ao ginásio depois do trabalho, mas em chegada a casa e já me apetecendo ver gente, a minha, ainda não tinha chegado ninguém. Além disso, a casa estava fria e escura e fechada. Troquei de roupa e saí para a rua.
Aqui só há casas e gente que não é a minha e eu afinal já não queria de novo ver gente e quando eu não quero ver gente, não quero e ponto final. Era já noite e comecei por andar rápido e depois encetei uma espécie de corrida. Sem destino. Detesto correr mas estava a sentir-me bem, tão bem que me imaginei o Forrest Gump a percorrer todos aqueles caminhos durante anos, o meu cabelo a crescer e eu a envelhecer correndo, a paisagens a sucederem-se passando apressadas, as cenas a passarem por mim, aliás, eu a passar por elas. E lá fui correndo, acabando por me dirigir a um dos parques da cidade e depois para a cidade.
Os patos aninhavam-se para passar a noite, no estádio e nos parques em volta, crianças treinavam futebol, cruzei-me com um casal com dois cães, dois ou três outros corredores e ultrapassei outros tantos. Cumprimentámo-nos. Os iguais (ou parecidos vá) cumprimentam-se sempre. E fui correndo. As estradas estavam repletas de carros apressados no regresso a casa, nos prédios acendiam-se luzes, sinal de que já tinham gente dentro, algumas chaminés já deitavam fumo e aqueciam pessoas e eu imaginava as rotinas delas, apressadas de uma divisão para a outra, a preparar o jantar, a acender a lareira, a dar banho aos filhos ou a jantar. Imaginei as risadas, as brincadeiras, as conversas á mesa, a troca cúmplice de olhares, os suspiro da descompressão do dia. Corri, corri, corri, nem sei bem quantos quilómetros, mas foram muitos.
Por fim, satisfeita com tudo o que vi correndo, comecei a dirigir-me para casa, também eu e descobri. Afinal correr é tão bom.
Acho que correste para ti, e te (re)encontraste nessa corrida.
ResponderEliminarNão fosse o meu medo de cães (desde que 3 de uma vez, me tentaram morder, e um vizinho me acudiu a tempo) também eu, de quando em vez (não correria, nunca fui boa a correr) mas andaria sem destino, que nem tU.
Tás melhor GM? tás? tás? Fala aí, diz-me como estás agora
:)
Engraçado Noname, como ao fim de tantos anos ainda vamos descobrindo coisas sobre nós próprios. E coisas boas ainda por cima :)
EliminarEstou bem, não fosse a porcaria dos óculos progressivos que a coisa (adaptação) ainda não se deu totalmente e estava como o aço eheheh Jinhos
Que bom que estás bem. Sempre chega a bonança depois da tempestade né?
EliminarTenta abstrair-te dos óculos (é fácil falar) mas tenta fazer algum trabalho de mãos que gostes muito e te absorva o pensamento, Dizem que resulta :)
Tudo o que nos dá prazer é bom.
ResponderEliminarUm abraço
Muito bom, haviamos de fazer cada vez mais coisas que gostamos :)
EliminarUm bom exercício para o corpo e para o espírito :)
ResponderEliminarUm beijinho
E eu que detestava correr :) hoje fui de novo e voltei a gostar. Beijinho MS
EliminarOs passeios que dei com a minha Kika nesses parques... Saudades...
ResponderEliminarMesmo Sonia. Hoje fui correr de novo e percorri os três parques da cidade. Tão bom :)
EliminarNota-se que la no fundo até te fez feliz :)
ResponderEliminarPodes crer. Não é como andar de bike que é paixão, mas é muito bom sim Miúda :)
EliminarGaja Maria, desculpa vir até aqui para deixar um comentário/resposta que deixei, para ti, num outro blogue...e que não sei se será publicado.
ResponderEliminarMais um beijinho e desejo-te as maiores felicidades. Tudo de bom para ti, miúda. :)
Gaja Maria, num ponto tens toda a razão - nós que já cá andamos há alguns anos, não é de ontem, conhecemo-nos. Eu, para ter esta atitude é porque algo, grave, se passa.
O meu blogue não é um sítio do faz de conta, não é escrito com segundas intenções - existe porque a minha filha existe. Foi criado quando ela nasceu. É-lhe dedicado.
Um blogue pode ser público ou privado - basta ir às definições e fazer a escolha. O meu, desde 2009, era público. Estava de porta aberta. E de porta aberta já se sabe que qualquer pessoa pode entrar, seja para o bem seja para o mal.
Agora está fechado ou privado, como queiras chamar. Não enviei convites a ninguém. E não tenho leitores convidados.
Um beijinho.
Té
[porque o perfil/blogue está privado passei a "anónima" mas com direito a foto - e esta também é nova para mim]
Té, espero que consigas resolver da melhor forma para todos o que quer que tenha acontecid. Muita calma :)
EliminarNos dias em que estou mais irritada, eu que não me apetece ver ninguém, sabe tão bem correr. Penso em tudo e não penso em nada. Acabo a corrida mais leve de espírito.
ResponderEliminarÉ verdade L. O ar livre, o movimento, as coisas que vemos e o cansaço físico deixam-nos mais leves em todos os sentidos :)
EliminarCorrer nunca foi o meu forte, mas desde que frequento ginásio (eu que nunca fui muito fã de exercício) descobri que durante aquele tempo em que exercitamos o corpo, fazemos muito mais pela nossa mente.
ResponderEliminarÉ o que eu digo a toda a gente Nininha, muito mais do que cuidar do corpo cuida-se da mente :)
EliminarTb tenho dias assim em que detesto gente, ver gente e sequer falar com gente. E no ginásio salto e pulo rodeada de gente e nem atenção dou. Correr...bem...correr não sou fã.
ResponderEliminarKis:=)
Eu também não sou fã AvoGi, mas olha que até gostei e hoje voltei a repetir :)
EliminarTb tenho dias assim em que detesto gente, ver gente e sequer falar com gente. E no ginásio salto e pulo rodeada de gente e nem atenção dou. Correr...bem...correr não sou fã.
ResponderEliminarKis:=)
É bom, sim senhora (=
ResponderEliminarSofia, quando fazemos coisas por nós é sempre bom :) corpo e mente em sintonia.
EliminarDizem que é libertador :) eu não corro, como podes imaginar. Dizem também que é viciante :)
ResponderEliminarBeijinhos
Eu adoro correr, pena que os meus joelhos não adoram e eu, que não posso correr o risco de ter de deixar de pedalar, deixo de correr porque além da dor nos joelhos não quero ficar com dor na alma.
ResponderEliminartambém corri porque de outra forma perdia o autocarro... e é isso... :)
ResponderEliminarGostei do texto, da sensação libertadora que transmitiste. No fundo, no fundo, para fruir melhor a vida o que é necessário é ousar. Haverá melhor coisa que ousar viver?
ResponderEliminarUm beijinho :)
Correr não gosto mas adoro caminhar em passo acelerado, é revigorante o ar puro :)
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