Um Feliz Natal, cheio de paz e tranquilidade, uma mesa farta cheia com as vossas pessoas e muito amor é o que vos desejo.
segunda-feira, 23 de dezembro de 2019
Felizmente
Que ainda há algumas pessoas com iniciativas de louvar e muitas outras prontas a unir-se a elas e a agir em conformidade. Hoje e à semelhança dos anos anteriores, cerca de uma centena de ciclistas onde eu me inclui, reuniram sacos e mais sacos repletos de bens de primeira necessidade e foram entregar a quatro famílias carenciadas. Hoje quatro famílias puderam ficar um pouco mais felizes graças a nós. Quem sabe, no próximo ano consigamos ser ainda mais ciclistas a contribuir ainda mais para esta causa e a fazer ainda mais famílias felizes. Bem hajam.
quinta-feira, 19 de dezembro de 2019
Estava aqui a pensar
Se não será melhor chamar o senhor dos Uber dos barcos à vela para me levar para casa logo mais, quando sair do trabalho. Pelo que vejo da minha janela, é bem capaz de um meu bolinhas azul cueca se afogar com tanta água. Ainda não vi cair nenhuma árvore mas da forma como elas se abanam, deve haver bailarico lá fora.
Bendita marmita que me permitiu ficar aqui todo o dia fechada a trabalhar que nem uma moira e não apanhar frio nem chuva. 😁
quarta-feira, 18 de dezembro de 2019
segunda-feira, 16 de dezembro de 2019
Bons olhos vejam
Olho bom. O regresso à luta numa chuvosa segunda_feira de dezembro.
Não percam este filme!
segunda-feira, 9 de dezembro de 2019
É capaz de ser milagre
Que eu já veja um poucochinho e até já consiga ler depois de me terem escarafunchado o olho para tirar umas certas gorduras que teimavam em acumular-se, além de na cintura e barriga, também, vejam lá bem, no meu olho direito. Pois.... Meia hora à luz do dia ou a olhar para um ecrã é que é coisa para me deixar com o olho a arder e algumas dores, por isso, quinze minutos é o tempo que tenho para me actualizar. Em vez de ir ver os emails do trabalho resolvi dar aqui um salto num instantinho para vos contar um segredo.
Pedi ao Pai Natal um bilhete para ir ao Louvre comprar um brócolo.
Este bróculo! Nem é assim tão caro pois não? E cai mesmo bem na lapela do meu sobretudo, para alegrar estes dias frios.
Pedi ao Pai Natal um bilhete para ir ao Louvre comprar um brócolo.
Este bróculo! Nem é assim tão caro pois não? E cai mesmo bem na lapela do meu sobretudo, para alegrar estes dias frios.
terça-feira, 3 de dezembro de 2019
Dos sentidos ou da falta deles
Todos os cinco fazem o seu trabalho que nos é imprescindível.
Se podemos viver sem algum deles?
Poder, podemos , mas não é a mesma coisa.
Neste momento estou privada , provisoriamente, de cinquenta por cento da visão devido a uma cirurgia e posso dizer que vivo com bastante dificuldade. Movimento-me muito bem em casa pois conheço-a de olhos fechados, mas não posso trabalhar, não posso conduzir, consigo escrever porque sei onde se localizam as letras, mas não consigo ler sem aumentar em muito o tamanho das letras. Felizmente que hoje a tecnologia nos ajuda muito e uma coisa é certa, todos nós nos adaptamos às nossas limitações e aprendemos a viver com elas, desde que o queiramos fazer.
Bom, neste momento até posso estar a comer formiguinhas que se estiverem quietinhas nem as vejo, e até posso estar a responder a mensagens em alhos, quando a pergunta foi em bugalhos, mas com tudo isto, entendo cada vez melhor a dificuldade e a luta dos cegos por uma vida mais segura e mais digna.
Pessoas, facilitemos na parte que toca a cada um pois nunca sabemos o que nos reserva o futuro.
Eu já venho, são só mais uns dias. Espero.
Se podemos viver sem algum deles?
Poder, podemos , mas não é a mesma coisa.
Neste momento estou privada , provisoriamente, de cinquenta por cento da visão devido a uma cirurgia e posso dizer que vivo com bastante dificuldade. Movimento-me muito bem em casa pois conheço-a de olhos fechados, mas não posso trabalhar, não posso conduzir, consigo escrever porque sei onde se localizam as letras, mas não consigo ler sem aumentar em muito o tamanho das letras. Felizmente que hoje a tecnologia nos ajuda muito e uma coisa é certa, todos nós nos adaptamos às nossas limitações e aprendemos a viver com elas, desde que o queiramos fazer.
Bom, neste momento até posso estar a comer formiguinhas que se estiverem quietinhas nem as vejo, e até posso estar a responder a mensagens em alhos, quando a pergunta foi em bugalhos, mas com tudo isto, entendo cada vez melhor a dificuldade e a luta dos cegos por uma vida mais segura e mais digna.
Pessoas, facilitemos na parte que toca a cada um pois nunca sabemos o que nos reserva o futuro.
Eu já venho, são só mais uns dias. Espero.
sexta-feira, 29 de novembro de 2019
quinta-feira, 28 de novembro de 2019
Sei lá
Naquela parte em que sou teimosa como uma burra, e que croché só
quando não puder mexer-me ou tiver algo que queira muito e resolva ser eu mesma
a fazer como foi o caso do meu lindo tapete branco frigorífico, elegi a
terça-feira, dia internacional da coça no ginásio. Uma aula de spinning mais
uma aula de HIIT - Treino
intervalado de Alta Intensidade, a grande coça da semana.
A pica que aquilo me dá. Bem sei
que não vou para nova e que aquilo talvez seja demais para mim. Bem sei que nos
dois dias seguintes estou praticamente entrevada e mal me consigo sentar e
levantar. Bem sei que tenho uns quilitos a mais e o esforço que tenho de fazer
é maior do que antes, pois trabalha-se apenas com o peso do corpo. Bem sei que
nessa noite bebo aí uns dois litros de água que foi o que perdi durante as
aulas. Na dúvida, a vontade de cumprir com o que me é pedido e ouvir “bom
trabalho”, O sentir que estou a voltar à minha forma antiga, e ainda o facto de
fazer análises médicas e não ter uma ponta de colesterol, não tomar comprimidos
para merda nenhuma e ter um coração de uma jovem, faz-me pensar que estou
certa.
Ainda assim pergunto-me algumas vezes.
Este gosto, esta mania, este foco no desporto, com a minha idade, será um caso
de insanidade? Não deveria eu fazer apenas pilates, ioga e manutenção?
quarta-feira, 27 de novembro de 2019
Quando te pões a jeito
Noutro dia deu-me para ir correr para a mata e sentia-me tão bem por
voltar a correr depois de ter partido o pé e tão livre e leve e a paisagem era
tão linda e o ar tão puro que durante a corrida, tirei
fotografias a minha pessoa, selfies, portanto, e ainda me filmei para mais
tarde recordar. Isto tudo enquanto corria e no fim, mais feliz ainda fiquei
pois corri tão depressa e fiz uma média tão boa que jurei a mim mesma que um
dia destes ainda me punha a correr a sério.
De tão contente, quis partilhar e coloquei no face o vídeo da
minha proeza. Houve muitos comentários, uns de admiração e incentivo, outros muito engraçados, brincando com a situação. Auto estima em crescendo, não nego. Caiu-me a ficha no dia
seguinte, queimou-se-me o fusível irremediavelmente e até me doeu bastante e não foram
as pernas ou as unhas dos pé, foi a alma, quando um familiar que muito prezo,
me disse cara a cara e seriamente, que devo estar a ficar doida.
Será pois então, o croché, o meu futuro passatempo.
Ou não, que sou teimosa que nem uma burra.
Riquezas
Lá, no sítio onde deixamos os nossos idosos porque não temos
condições de cuidar deles, a vida é triste e solitária e nós vemos e ouvimos de
tudo.
Diz a D. Teresa, sentada na sua cadeira de rodas com a
mantinha por cima das pernas que a vida lhe foi madrasta.
Seu homem trouxe-lhe
muita dor e tristeza, muita solidão, mas deu-lhe um filho bom.
Feitas as contas, valeu a
pena….
domingo, 24 de novembro de 2019
A Rainha das probabilidades
Euzinha, pois claro... Passo então a elucidar-vos porque "probabilidades" é o meu nome do meio.
Pessoas, qual a probabilidade de, sendo possuidora de uma carta com a marcação de uma cirurgia, entregue em mão pela própria da Soudoutora e, em me apresentando no hospital, em dia e hora combinados, tomar conhecimento de que a data da dita cirurgia foi alterada, não se sabe para quando, e se terem esquecido de me avisar? Cinco pessoas em cem mil talvez? Pois eu fui uma delas.
E em ficando cheeinha de nervos, decidi ir correr para a mata, deserta de árvores neste momento pois arderam nos fogos e foram cortadas mas ainda assim plena de ar puro e vegetação rasteira verdejante.
Pessoas, qual a probabilidade de alguém ir correr cinco quilómetros e lhe dar uma súbita e inadiável vontade de fazer cocó num local onde nem um coelho se consegue esconder e sem um petit papier para limpar o ass? Posso adiantar-vos que nunca de tal coisa ouvi falar, mas que o meu rácio é de três vezes para seis corridas. Pois.... Nunca vou poder correr uma maratona ou sequer uma meia... Nem imagino as vezes que teria de parar para correr quarenta e dois quilómetos..
Posto isto, lá encontrei um pequeno arbusto e por detràs me agachei. Umas folhinhas serviram de papier hygiénique e as mãozinhas lavei-as no riacho. Adiante que a tropa manda desenrascar!
E pessoas, qual a probabilidade de no mesmo dia, a minha Manuela das Limpezas e braço direito de Mamãe, me envia um SMS a informar que arranjou um emprego a tempo inteiro e se vai para outras paragens?
E ainda, pessoas, qual a probabilidade de alguém ir às compras ao supermercado e em chegando a casa a porta da bagageira não abrir e quase ter de desmontar o carro todo para tirar os congelados, ein?
Olhem, pessoas, vou ali procurar um sítio para falecer conamaguento de tantos nerves!
Pessoas, qual a probabilidade de, sendo possuidora de uma carta com a marcação de uma cirurgia, entregue em mão pela própria da Soudoutora e, em me apresentando no hospital, em dia e hora combinados, tomar conhecimento de que a data da dita cirurgia foi alterada, não se sabe para quando, e se terem esquecido de me avisar? Cinco pessoas em cem mil talvez? Pois eu fui uma delas.
E em ficando cheeinha de nervos, decidi ir correr para a mata, deserta de árvores neste momento pois arderam nos fogos e foram cortadas mas ainda assim plena de ar puro e vegetação rasteira verdejante.
Pessoas, qual a probabilidade de alguém ir correr cinco quilómetros e lhe dar uma súbita e inadiável vontade de fazer cocó num local onde nem um coelho se consegue esconder e sem um petit papier para limpar o ass? Posso adiantar-vos que nunca de tal coisa ouvi falar, mas que o meu rácio é de três vezes para seis corridas. Pois.... Nunca vou poder correr uma maratona ou sequer uma meia... Nem imagino as vezes que teria de parar para correr quarenta e dois quilómetos..
Posto isto, lá encontrei um pequeno arbusto e por detràs me agachei. Umas folhinhas serviram de papier hygiénique e as mãozinhas lavei-as no riacho. Adiante que a tropa manda desenrascar!
E pessoas, qual a probabilidade de no mesmo dia, a minha Manuela das Limpezas e braço direito de Mamãe, me envia um SMS a informar que arranjou um emprego a tempo inteiro e se vai para outras paragens?
E ainda, pessoas, qual a probabilidade de alguém ir às compras ao supermercado e em chegando a casa a porta da bagageira não abrir e quase ter de desmontar o carro todo para tirar os congelados, ein?
Olhem, pessoas, vou ali procurar um sítio para falecer conamaguento de tantos nerves!
segunda-feira, 18 de novembro de 2019
Dicionário
Pois eu estou para aqui a ficar chalupa, quase, quase
tantan, porque dei corda aos sapatos e fiz-me a um local de atendimento público
para saber umas cenas. Ora, fui atendida por um conas de sabão que me encanzinou aqui os nerves que só visto.
Tenho cá para mim que o gajo estava avariado da caixa dos pirolitos e armou-se
ali aos cágados, mesmo, mesmo, já a mijar fora do penico. A mim, que estava
prestes a dar-me o ginete, já a pensar que não tardava nada lhe chegava a roupa
ao pelo até ele dar o peido mestre, apareceu-me a colega do lado para dar uma
ajuda. Pensei logo, ó pá, tu dá de frosques, mas eis que ela mandou o outro
aguentar os cavais e assim à ganância afiambrou-se à conversa explicando tudo
tim tim por tim tim até que eu, praticamente loira no assunto, acabasse por entender
sem entrar em fanicos. Foi senão quando e sem fazer desfeita, agradeci e me
retirei.
E mais não digo :D:D
Uma belezura este dicionário
quinta-feira, 14 de novembro de 2019
Ora muito boa noite
Algumas luas se passaram desde que fechei as janelas desta
minha casa verde junto ao mar (eu a imaginar que tenho). Fui vendo as luas
passarem, umas atrás das outras à espera de que algo de especial me acontecesse
para me sentir diferente e melhor. Quanto mais não fosse passar a olhar as luas
de outra forma já era bem bom. E olhei. E vi-as. E hoje, com a lua cheia a
decrescer pensei, está na hora!
E toca de, apesar da chuva e do vento, abrir as janelas para
arejar esta minha casa verde junto ao mar (eu a imaginar que tenho), limpar o
pó e varrer a entrada.
Prontus. Podem entrar que eu tenho de vos falar aqui dumas
coisinhas. Aqui vai a primeira.
Se não sabem passam a saber que se o Dr. Google é muito
nosso amigo, que é, o Dr. Youtube não lhe fica atrás. Vai daí, andei aqui com
umas ideias e pus mãos à obra. A história em imagens…
quinta-feira, 26 de setembro de 2019
Até já
Esta que vos escreve vai fazer uma pausa por tempo indeterminado. Poderá ser muito ou muito pouco, logo se vê, mas as portas e janelas deste blog vão estar corridas até que me canse de ter o mail às moscas por falta de comentários, ou até que esteja mortinha por saber de vós ou até que me dê uma vontade enorme de escrever as parvoíces de sempre.
Até já.
terça-feira, 24 de setembro de 2019
No coração do Alentejo
Fui com amigos do centro ao
encontro de amigos do Norte, pedalar entre ruínas e castelos ali por terras
alentejanas.
A noite foi boa nas festas de São
Mateus em Elvas, mas a partida na manhã seguinte foi debaixo de uma chuva constante
e fresca, bastante húmida por sinal que me chegou quase às entranhas, mas nem
ela me demoveu de dar início a mais uma aventura bem-disposta e em boa
companhia. A roupa havia de se nos secar no pelo. E secou.
Em direção a Estremoz, onde
pernoitámos, passamos por várias ruínas e vários castelos onde subimos e
mirámos a paisagem. Castelo de Elvas, Forte de Santa Luzia, Capela Nossa
Senhora da Ajuda, Ruinas da Ponte da Ajuda onde entrámos em Espanha, terra de
“nuestros hermanos”. Em seguinda dirigimo-nos ao embarcadouro no porto de Vila
Real de Olivenza, onde, bikes e pessoas passaram de barco para Jorumenha, rumo
à fortaleza e ao Castelo de Vila Viçosa, depois Borba e finalmente, após
noventa e cinco kms, a Estremoz. A paisagem é alentejana pois claro, entre
castelos e fortes, são planícies a perder de vista, cheias de oliveiras e vacas,
muitas vacas, ai que bicho tão grande e com cornos. MEDO!
O dia seguinte amanheceu cinzento
mas sem chuva e o sol lá havia de dar um ar de sua graça até que veio para
ficar.
Abrindo e fechando portões, muitos,
tivemos vários encontros com vacas e toiros, cabras e ovelhas. Quilómetros de
tomates (tão bons), hectares e hectares de oliveiras e sobreiros. Visitámos os
Castelos de Estremoz, Veiros, Barbacena e Fontalva. E veio então a super subida
ao Forte da Graça e o término da viagem bem perto do Aqueduto da Amoreira, de
novo em Elvas.
Diz-se dos alentejanos que são
lentos, é verdade, muuuiiitttooo lentos, mas simpáticos, vá. Diz-se que ali é
uma pasmaceira e não se passa nada, é verdade, mesmo, diz-se que há planícies
sem fim, é verdade, mesmooooo. Diz-se que é tudo plano, mentiiira!
E foi assim, mais uma super aventura
de bicicleta, que me deixou com vontade de voltar ao Alentejo.
(A ordem das fotos é aleatória)
terça-feira, 17 de setembro de 2019
Acerca de mim
Sem capacete, sem sapatos de encaixe e sem lycras.
O pior mesmo foram os saltos altos que isto de andar em
pontas já não é para mim. Ao fim de uma hora pediram substituição e eu substituí-os.
Ah! E o soutiã de
colar. A meio do dia puf! Pochete com ele. De resto, primeiro estranhei-me mas depois
encarnei a personagem. Só voltei foi a respirar à noite quando tirei o fato que
foi comprado cinco quilos antes.
Até.
Até.
Lycras
Quando se fala em mulheres no ciclismo, a maioria dos homens imagina mais ou menos isto:
Mas por favor senhores, quando estiverem a tirar as medidas às moças ciclistas, lembrem-se que isto, que é o prato do dia, não é agradável às nossas delicadas vistas, as lycras são lixadas para todos e portanto, tudo quanto é pele descaída sobressai.... Cuidem-se e deixem-se de merdas.
Existem alguns sites e páginas carregadinhos com fotos destas mas eu não sei bem se elas, as moças, existem pois as ciclistas que eu conheço são mulheres absolutamente normais, corpos mais ou menos atléticos é verdade, mas não se maquilham para pedalar nem têm aparência nem corpo de modelos. São desportistas e a preocupação é pedalar. Ponto.
Ainda assim, muitos homens quando vêm mulheres a pedalar de lycras coladas ao corpo, demoram a ultrapassar, tiram as medidas, mandam piropos e quando vão de carro, olham pelo retrovisor demoradamente para ver o resto, quase, quase até se espetarem no carro da frente.
Tenho pois a dizer-vos moçoilas, que as lycras são lixadas e também deixam os corpitchos dos gajos em V, rabinhos rijinhos e pernocas musculadas, bem à vista. Se gostam de tirar medidas, vão para o ciclismo, ok? Há exemplares deveras interessantes.
Peter Sagan, coisa mailinda! |
segunda-feira, 16 de setembro de 2019
Enquanto o sol não chega
Enquanto me quedo pasmada e embalsamada, a olhar a bruma
pela janela e a respirar o fresco e a humidade que vão entrando devagarinho
refrescando a sala, não penso, não pestanejo, não me mexo. É, de resto, o que
fazem os que estão embalsamados. Não basta ser segunda-feira, acontecimento que
me deixa prostrada, mas que eu até aprecio como se de um novo recomeço se tratasse,
este será mais um, deste novo ano que começou em setembro. Uma nova semana, um
novo recomeço, uma nova tentativa que chega cinzenta. Baralhada e confusa. As
palavras presas debaixo da língua sem que mas deixem soltar. A vida não chega
para mim. Os dias e as pessoas não chegam para mim. Nem eu.
Sim, esqueci-me de tomar os comprimidos!
quinta-feira, 12 de setembro de 2019
Deixai-os brilhar
Há gente tão boa, tão perfeita, tão assertiva, tão tudo, que por mais que façamos nunca chegaremos aos seus calcanhares.
Não sei se deprima, se apanhe a minha auto estima do chão e me reduza à minha insignificância ou se cague nisso (pardon my French) e me mantenha aqui, apagadita, no meu low profile a deixá-los brilhar...
terça-feira, 10 de setembro de 2019
Minha gente!
Achei recentemente cinco quilos que alguém perdeu.
Tão
parvas estas pessoas, perdem tudo!
Não sei bem como foi isto acontecer que eu não sou de achar
nada que seja dos outros, mas enquanto andei aqui quase a finar de ansiedade e
depois perneta e distraída a fazer mapling durante uns tempos e a comer que nem
uma lontra todas as gordices que me traziam, vou a ver e pimba. Cá estavam eles
agarradinhos a mim.
Posto isto, decidi que esta cena dos estereótipos não
haveria de me vencer, que eu ainda estava linda e tirando a largura de costas e
o perímetro abdominal, até já possuía uma petite bunda redondinha, coisa que
nunca tinha tido. Achei mais um. Quilo, claro.
Esta gente não é parva, é
estúpida mesmo, em vez de guardarem as suas coisas, não, perdem para os outros
acharem.
Bom, digamos que aquela cena da perimenopausa diz o doutor, também não
abona a favor se bem que eu não deva preocupar-me pois as mulheres mais
cheeinhas têm menos sintomas, diz ele.
Pois, e se ele diz eu sou gaja para acreditar.
Tudo muito lindo sim, não fosse isto tornar-se um caso de
praticamente vida ou morte. É que quando estou vestida mal consigo respirar. Sei lá, a roupa aperta-me, dá-me ideia que encolheu e o ar não passa. Pois.
E se eu não respirar, caio para o lado, certo? Certo!
Vida ou morte pois claro.
Uuooohhh! Pensei. Espera lá que isto agora já é a sério e eu tenho
de fazer alguma coisa.
Gente:
1- Vou ao nutri do ginásio?
2- Como apenas umas folhitas de alface durante uns tempos?
3- Faço exercício físico como se não houvesse amanhã?
4- Ou … mando alargar a roupa?
segunda-feira, 9 de setembro de 2019
Côja – Portas do Açor
Tenho de vir
aqui dar-vos conta que esta Gaja que vos escreve, uma cota de mais de cinquenta
que não sabe fazer crochet mas devia, ensandeceu de vez.
À força de querer
se alimentar de aventuras e desafios por vezes calham na rifa situações
extremas de loucura como foi a de sábado passado. Desafio NGPS, isto é, evento de BTT com navegação GPS e autonomia total, por si só já significa dureza e dificuldade, mas com as condições climatéricas que se faziam sentir nesse dia, a coisa piorou e muito. Não foi por acaso que a maioria dos participantes optou por fazer o percurso mais curto, mas nós não. A ir para tão longe de casa e a fazer, é em grande e em bom, pois claro.
Subir e descer autênticas paredes a pedalar, de manhã, pela fresca e em
muitas zonas verdes, foi desafiante e até se revelou maravilhoso, já á tarde,
com perto de quarenta graus, quilómetros e quilómetros de serra deserta, ao
ponto de se nos acabar a água e a comida no meio do nada, foi desesperante e assustador.
Estive prestes a matar alguém, coisa que não fiz por falta de forças e pessoas
a quem matar. Salvou-nos um eremita inglês, uma alma penada a viver no meio
desse nada, sozinho, que nos encheu os bidões de água fresca. Mas que raio faz
ali aquela alma, ainda por cima a dizer “I love this, I love this”. Mas qual
love this qual quê, ele já tinha era os miolos fritos de tanto calor e tanto pó,
só pode. Quem no seu juízo perfeito, vai viver para ali?
Bom, após inúmeras pragas rogadas e muitas caralhadas, da minha parte,
claro, subidas e descidas sem fim ao pó e ao calor, a setecentos e cinquenta
metros da meta, um dos meus compinchas disse que ia desfalecer e desfaleceu. Uma
bizarma de um metro e oitenta... Barra energética pela goela abaixo, água
fresca e vinte minutos de descanso depois, lá chegámos. Carai, que dia!!
Sei que cheguei a casa perto das nove da noite podre de cansaço e ontem
dormi o dia todo na praia. Ao menos que me sirva de lição.
Ou não.
Até ao próximo desafio.
quinta-feira, 5 de setembro de 2019
Primeiro grande amor
A paixão passou, o amor esfriou e a relação murchou..
Anos de paixão foram dando lugar a anos de luta no intuito
de minimizar aquela angústia, aquela solidão e os desenganos de ambas as partes.
Mas com o tempo as vozes foram-se calando, os abraços foram escasseando, os
sorrisos foram-se perdendo. E o coração foi mirrando. Nada mais havia que
dissessem um ao outro embora o que os unia ainda fosse maior do que o que os
separava, no entanto, um certo momento houve em que um basta tomou forma.
É difícil viver em desamor.
Entretanto, ambos encontraram outras vozes, outros beijos e
abraços, outros que os aconchegassem nas noites tristes. Seriam outros amores?
Não, diz-me ela, que o primeiro grande amor nunca se esquece
e fica para sempre colado na pele. Dele nasceram frutos e esses frutos são dos
dois. O melhor dos dois. Daqueles dois.
quarta-feira, 4 de setembro de 2019
Solidão
Pergunto-me por vezes o que é de facto a solidão.
Pode estar-se sozinho e não se sentir só, mas também pode
estar-se rodeado de gente e estar desesperadamente só.
Solidão não é estar só, solidão é sentir-se só. Solidão é uma
profunda sensação de vazio e isolamento.
Solidão é um sentimento, um estado de espírito.
Quer se procure ou não, quer se contrarie ou não, quer se
queira ou não, o sentimento de solidão poder-se-á controlar?
terça-feira, 3 de setembro de 2019
xiiiuuu!
Eu não estou aqui!
Depois da rentré no gym com uma aula de body pump, outra de bumbum fit e outra de zumba mais vinte minutos de abs. Morri! Eles andam à minha procura, mas eu não estou aqui!!
Depois da rentré no gym com uma aula de body pump, outra de bumbum fit e outra de zumba mais vinte minutos de abs. Morri! Eles andam à minha procura, mas eu não estou aqui!!
segunda-feira, 2 de setembro de 2019
quarta-feira, 28 de agosto de 2019
Pintei
Hoje pintei o meu dia de cores e de cheiros.
A manhã pintei-a de cinza e lá fui mudando os tons, ora mais
clara, ora mais escura, cheguei a temer ter de pintar a chuva, mas acabou por
não acontecer. Não tenho tintas para pintar a chuva no verão e dos cinzas quase
esgotei a paleta. Os cinzas cheiram a melancolia e a tristeza e isso não é
fácil de pintar.
A tarde pintei-a de várias e diferentes cores, esbatidas e
através da minha janela como se de um quadro se tratasse. Mas também pintei o
cheiro do vento e do sol que espreitavam pela greta aberta, pintei o verde a
dançar, pintei flores, pintei telhados. Sempre que olhava o quadro, a minha
tarde ganhava mais vida.
Ao fim do dia então, pintei livremente e com cores fortes.
Pintei a brisa, pintei as minhas pernas e o meu coração a bater, pintei o
cheiro da liberdade. Pintei o céu e pintei o mar, pintei de verde e de amarelo,
pintei a espuma sobre a areia e pintei chapéus às cores.
Por fim pintei o cair da noite e a calmaria. Pintei o cheiro
das estrelas….
Hoje foi dia de pintar.
terça-feira, 27 de agosto de 2019
Como degelar uma arca frigorífica em três tempos
Quando a arca já sobreviveu muitos anos, coisa em desuso nos
tempos de hoje e ainda é do tempo que de um dia para o outro cria tanto gelo
que as gavetas não abrem e a porta não fecha, que remédio tenho senão calçar
umas luvas e pegar num facalhão de bico para raspar.
Isto é um trabalho que adio constantemente de chato que é e
de ficar com as pontas dos dedos tão tesas que nem consigo coçar os olhos.
Mas a técnica tem vindo a refinar-se então, é retirar tudo
do interior, com o skate dos putos levar a arca para o pátio e com a faca a
raspar e a mangueira de regar as plantas e em alta pressão, é trabalho de meia
hora.
Limpar e secar, voltar a colocar no lugar em cima do skate,
ligar, et voilà! Arca limpinha e operacional.
segunda-feira, 26 de agosto de 2019
Cheia de t’ouvir
Penso cá com os meus botões, o que tem vindo a suceder a algumas
pessoas de tão bom coração que dizem ter dedicado a vida aos outros em
detrimento das delas.
Cansaço, revolta, incompreensão?
Que raio de traumas lhes terá a vida trazido?
Frontalidade é uma virtude, já inconveniência e falta de
tato nas palavras traz aborrecimento.
Ser pessoa culta, observadora, boa analista de personalidades
e situações, são virtudes que admiro, já achar que se sabe e domina tudo e não
saber quando parar de falar para ouvir um pouco, é maçador. Um monólogo não uma
conversa.
Sentido de humor, qualquer, nem que seja negro, irónico ou simplesmente
inocente, adoro. Já quando alguém leva as brincadeiras como ataque pessoal, é,
no mínimo, descolhoante (pardon my french!)
Concluo, portanto, que nem sempre a idade torna as pessoas
sábias, compreensivas e conhecedoras do que as faz felizes. Muitas tornam-se
azedas e os fretes que não querem fazer toldam-lhes os sentidos, transformando-as.
Felizmente que podemos ver nos outros no que poderemos tornar-nos
e o que queremos e não queremos para nós.
E em comparando grupos de pessoas, podemos sempre fazer-nos
seguidores dos melhores.
Assim espero, pois também não sou um poço de virtudes….
sexta-feira, 23 de agosto de 2019
Ana
Ana sempre teve umas mãos de fada. Tudo em que tocava se
transformava em algo bonito.
Os cadernos mais limpos e organizados eram os
dela, encapados e decorados com perícia, as bonecas, eram as que tinham os
vestidos mais bonitos, todos feitos por ela, os desenhos, os mais bem pintados,
sem um único borrão. Um esmero aquela miúda.
Já na altura, nas férias de verão, na menina Arlete, para
onde todos os miúdos ali da zona iam algumas semanas, a Ana, todos os dias
tinha ideias novas para brincar, sempre com coisas feitas com as mãos que as
outras miúdas copiavam logo em seguida. Até rendas e malhas ela sabia fazer,
tão novinha, mas tão portentosa.
Ana era dona de um sorriso lindíssimo, fazia
umas covinhas de lado, nas bochechas e embora pequenita e rechonchudinha, nunca
passava despercebida. Minha mãe estava sempre a falar-me dela como exemplo, mas
eu, nunca passei de uma pequena magricela e nunca quis nada com rendas e
malhas. Uma desilusão para ela, enfim.
Anos mais tarde acabei por lhe perder o rasto, mas sempre
que passava em frente à sua casa, antes dela se mudar para longe e ao ver as
cortininhas de renda, as andorinhas de louça na parede, os vasos pintados com
plantas viçosas às cores, tudo muito bonito e cuidado com esmero, imaginava a Ana
a fazer bonecas de trapo e malha.
Descobri-a há pouco no Ins tagram e tenho de vos mostrar….
quarta-feira, 21 de agosto de 2019
E mais...
Na verdade, apesar de haver vários pontos de partida e
imensas rotas, no nosso país até parece que o Caminho apenas começa no Porto, na
Sé.
É a partir daí que se começam a ver as setas amarelas nos
postes, nos passeios, no chão, nos muros e os símbolos da concha a indicar o
caminho. Além disso é a partir daí que se começam a ver outros peregrinos. A
maioria a pé, carregados de mochilas e apetrechos de caminheiro. Existem também
fontes com água, igrejas e cemitérios às carradas.
Não sei explicar esta magia, este sentimento, mas o Caminho
é introspetivo e é no Caminho que conseguimos organizar a cabeça e ver tudo
mais claro, pensar em resoluções, tomar decisões…
Embora não conheçamos as pessoas por quem passamos, existe
no ar o companheirismo, a solidariedade e todos se cumprimentam e soltam
palavras de incentivo. Pois o Caminho não é fácil. Passamos por muitas pessoas a arrastar-se, cheias de bolhas nos pés, dores nos joelhos, a coxear e até de muletas. Um enorme sacrifício que por fé, por desafio ou por outra razão qualquer, tantos se dispõem a fazer..
Já em Espanha, encontramos imensos grupos de portugueses e era sempre uma festa. Em chegados à Praça do Obradoiro, as línguas que se ouvem, são dos quatro cantos do mundo. Aquela praça e aquelas ruas à volta estão frenéticas de vida. Ao fundo ouvem-se gaitas de foles, à esquerda um grupo abraça-se, a direita um casal beija-se, uns deitam-se a descansar, outros meditam, outros apenas observam à sua volta.
É a praça onde todos os caminhos vão dar…
Já em Espanha, encontramos imensos grupos de portugueses e era sempre uma festa. Em chegados à Praça do Obradoiro, as línguas que se ouvem, são dos quatro cantos do mundo. Aquela praça e aquelas ruas à volta estão frenéticas de vida. Ao fundo ouvem-se gaitas de foles, à esquerda um grupo abraça-se, a direita um casal beija-se, uns deitam-se a descansar, outros meditam, outros apenas observam à sua volta.
É a praça onde todos os caminhos vão dar…
Sé do Porto |
Leça da Palmeira |
Algures num milheiral |
Esta não necessita legenda |
Adicionar legenda |
Viana do Castelo |
Viana do Castelo |
Baiona |
Baiona |
Vigo |
Uma espécie de almoço de peregrino :) |
No café do PEPE onde levámos uns abraços que nunca mais esqueceremos... |
Praça do Obradoiro em Santiago de Compostela |
À chegada |
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